Para Pingo, que foi presidente da Associação do Barreiro por dois anos, na região existem cerca de 10 usinas siderúrgicas, postos de gasolina e comércio que atendem bem aos moradores. “Nas décadas de 70 e 80 o Barreiro foi a região escolhida para abrigar o complexo siderúrgico de Sete Lagoas. O que recebemos em troca? O bairro está abandonado”, afirma. Segundo ele, moradores pagam IPTU, consomem na região central, mas não são tratados como cidadãos sete-lagoanos. “Há pelo menos 24 anos, entra e sai prefeito, Sete Lagoas não reconhece o Barreiro como um bairro da cidade”, completa.
O morador sugeriu emancipação do bairro, juntamente com os distritos de Lontra e Riacho do Campo, ou até mesmo passar a pertencer ao município de Inhaúma. Segundo ele, a vizinha cidade acolhe melhor os moradores do Barreiro do que Sete Lagoas. “Muitos atendimentos médicos são feitos em Inhaúma. Assim como diversos jovens de Lontra e Riacho do Campo estudam em Inhaúma, já que não contam com a assistência devida de Sete Lagoas. Talvez seríamos melhor tratados se pertencêssemos a Inhaúma”, afirma.
Dentre os problemas que enfrenta os moradores do Barreiro, se destacam: inexistência de posto de saúde; ausência de médico na Unidade do Programa Saúde da Família (PSF) do bairro; falta de uma área de lazer, seguranças e ruas praticamente intransitáveis. Para a dona de casa Renilda de Fátima Simões, a saúde é o principal problema. “No bairro vivem muitas crianças. Quando adoecem, é um corre-corre. Sem ambulância, não temos para onde levar. Às vezes somos socorridos pelo serviço ambulatorial de Inhaúma”, conta.
Procurado pela redação, o prefeito Leone Maciel admite que realmente foi feito muito pouco pelo Barreiro em sua administração. “Foram apenas dois anos de administração, não deu pra fazer muita coisa. Mas conseguimos levar rede de esgoto para o bairro. Muitas obras de melhoria naquela região foram paradas para fazer a transição de governo. Agora, que cobrem do próximo prefeito de Sete Lagoas”, afirmou. Leone também comentou sobre a emancipação do Barreiro, ventilada pelos moradores. “Se conseguirem emancipar, não terão condições de atender suas necessidades”, avalia.