Pelo menos nas próximas duas semanas comerciantes e lojistas de Sete Lagoas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, poderão recuperar as perdas nas vendas em virtude do fechamento das lojas há mais de 45 dias em razão das normas impostas pelo plano Minas Consciente.
Após a deliberação nº 78, expedida no fim da noite desta quinta-feira (13) pelo Comitê Extraordinário COVID-19, do governo estadual, a Prefeitura de Sete Lagoas publicou decreto na tarde desta sexta-feira (14) em edição extraordinária, informando a transição do município da onda vermelha para a amarela.
A deliberação autoriza as cidades que possuem hospitais particulares a decidirem sobre o próprio avanço de onda no programa Minas Consciente. Essa autonomia pode ser exercida pelos próximos 15 dias, até que a comissão estabelecida pelo estado defina como os leitos de saúde suplementar irão pesar nos indicativos de avaliação do Minas Consciente.
“Por possuir dois hospitais com leitos que atendem a pacientes de planos de saúde, Sete Lagoas se qualifica para migrar para a onda amarela”, explica o secretário municipal de Saúde, Flávio Pimenta.
A onda amarela do plano Minas Consciente engloba reabertura de empresas dos ramos do vestuário, livrarias, papelarias, salões de beleza e clínicas de estética, floriculturas, escolas de idiomas, artes e esportes, cursos preparatórios para concursos, imobiliárias, autoescolas, lojas de design e decoração de interiores, entre outros.
Todo comércio autorizado a funcionar deverá seguir os protocolos de higiene e de limitações de clientes.
Portas fechadas
Levantamento realizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) local revela que pelo menos 300 empresas de Sete Lagoas já entraram com pedido de baixa na Junta Comercial e a estimativa da CDL é de que outras 1,2 mil sigam o mesmo caminho. Se os números se confirmarem, o total de lojas fechadas na cidade pode chegar a 17% de um universo de 9 mil empresas.
Além disso, o estudo aponta para pelo menos 1,3 mil postos de trabalho a menos nestes últimos três meses em razão da pandemia do coronavírus. Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Sete Lagoas, José Roberto da Silva, a volta às atividades terá resultado se for mantida por mais tempo.
“Em se mantendo abertos os comércios, os que ainda não faliram poderão salvar seu empreendimento, tendo em vista que os juros estão baixos e o acesso ao crédito melhorou muito. Além disso, existe uma demanda reprimida que irá derramar no comércio um volume de compras, o que ajudará muito no pagamento de dívidas adquiridas ao longo dos últimos meses fechados”.
O prefeito de Sete Lagoas, Duílio de Castro (Patriotas), ressaltou a paciência dos comerciantes e de grande parte da população, que se conscientizou para que a cidade pudesse manter os índices de contaminação e internações em níveis suficientes para a flexibilização, mas reforçou que o controle entre economia e pandemia deve continuar.
“A pandemia não acabou. Fizemos nosso dever de casa, ampliando nossa estrutura de saúde. Peço agora que os lojistas mantenham a segurança quanto ao uso de máscara, álcool-gel e distanciamento social para que possamos avançar ainda mais”, pediu o prefeito.
Números da COVID-19 em Sete Lagoas
De acordo com o boletim epidemiológico municipal divulgado nesta sexta-feira, 32 novos casos de COVID-19 foram registrados nas últimas 24 horas, elevando o número de casos positivos para 1.249. Destes, nove estão internados, 138 em isolamento domiciliar e 1.080 curados. O índice de recuperados segue em 86%.
Um novo óbito foi registrado na tarde dessa quinta-feira. Trata-se de uma mulher de 88 anos que estava internada no Hospital da Unimed. Agora são 22 óbitos confirmados e 10 descartados por exames. Não há óbitos suspeitos em investigação na cidade.
Sete Lagoas tem hoje 35 pacientes internados com síndrome respiratória aguda grave. Destes, 18 já testaram positivo para COVID-19, sendo nove de Sete Lagoas. Há nove pacientes internados com resultado negativo e oito aguardando diagnóstico.
Dos 35 pacientes hospitalizados, 21 estão em leitos de enfermaria e 14 em leitos de UTI, o que representa 25% da capacidade de leitos de terapia intensiva na cidade, considerando-se a estrutura do SUS e de saúde complementar.
Hoje são sete pacientes em leitos do SUS no Hospital Municipal (seis em UTI) e no Hospital Nossa Senhora das Graças são 25 internações, entre SUS e planos de Saúde. Entre os leitos do SUS, são 14 de enfermaria e 5 de UTI.
O Hospital da Unimed, que não atende a pacientes do SUS, tem hoje um leito de enfermaria e um de UTI ocupados. Na UPA, há um paciente em leito de enfermaria. A taxa de ocupação de leitos para pacientes com COVID-19 no SUS em Sete Lagoas está hoje em 26,8%.
Da Redação com EM