Diante da possibilidade de que os cerca de 60 clubes particulares instalados em Belo Horizonte reabram, a partir do dia 28 de setembro, surge a dúvida sobre a possibilidade de transmissão da Covid-19 em piscinas.
O assunto veio à tona nesta quinta-feira (17), após a Federação dos Clubes do Estado de Minas Gerais (Fecemg) ter divulgado que o secretário municipal de saúde, Jackson Machado, firmou compromisso de anunciar, nesta sexta (18), a reabertura dos espaços.
O resultado da reunião, que contou com as presenças de Marcolino de Oliveira, presidente da Fecemg, e de diretores de clubes, promete dar um alívio ao setor, que emprega 10 mil pessoas e reúne aproximadamente 500 mil associados em BH.
“Fizemos nosso apelo e nossas reivindicações. Já são quase 6 meses fechados. Os clubes estão com sérios problemas financeiros. Eles deram desconto na taxa de condomínio, mas muitos associados estão inadimplentes ou deixaram os clubes”, relatou Oliveira.
Segundo o presidente da Fecemg, a retomada será feita com o cumprimento das regras sanitárias presentes em um protocolo apresentado pela entidade à prefeitura. Uma das regras será a obrigatoriedade que o associado assine um termo de responsabilidade se comprometendo a respeitar as medidas de prevenção à doença.
Oliveira comemorou a definição. Segundo ele, a maioria dos cerca de 1.800 clubes de Minas estão em funcionamento e BH deverá se juntar à lista.
Procurada, a Prefeitura de Belo Horizonte afirmou que informações sobre o processo de flexibilização na capital serão repassadas durante a coletiva à imprensa, nesta sexta-feira, às 14 horas.
Piscina e Covid-19
O coordenador dos testes da vacina chinesa Coronavac na UFMG, Mauro Martins Teixeira, explica que a contaminação pelo coronavírus na piscina é improvável, mas a proximidade entre as pessoas no clube preocupa.
“Estudo do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) [do governo dos Estados Unidos] aponta que não há evidência de que a Covid passe pelo uso da água da piscina. O risco, realmente, parece pequeno – já que é uma água clorada e que está sob efeito direto do sol, ou seja, o vírus morreria muito rápido – mas o risco não deve ser 0”, afirmou Teixeira, que é professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG
Para o especialista, o maior problema será o comportamento das pessoas fora da piscina. “O fato que, nos clubes, as pessoas ficam próximas uma das outras e conversam, e muito pouco provavelmente elas vão usar máscaras ali. Eu tenho a impressão que esse é um risco maior do que a piscina em si.
Segundo Teixeira, a orientação é que pessoas do grupo de risco ou doentes não frequentem o espaço e os demais frequentadores evitem aproximação física. “Mas, um clube aberto oferece risco menor do que restaurante ou bar abertos”, finalizou.
Da Redação com HD