O canto lírico mineiro mostrou toda sua grandeza e fez bonito no Concurso Internacional de Canto Linus Lerner – Edição Brasil. Três representantes do Estado estão entre os vencedores em suas respectivas categorias. As belo-horizontinas Deborah Bulgarelli e Fabíola Protzner foram eleitas as melhores sopranos nos prêmios “Mérito do Júri” e “Voto Popular”, respectivamente. Já Samuel Ferreira, de Sete Lagoas, ficou em terceiro lugar na escolha do júri para barítono, baixo-barítono e baixo.
A premiação é uma iniciativa do maestro e diretor artístico da Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte (OSRN), Linus Lerner, com apoio da Southern Arizona Symphony Orchestra (SASO) e do projeto Movimento Sinfônico 2020. Ao todo, foram distribuídos 170 prêmios e um total de R$ 41.500 a cantores líricos de todo o Brasil. A cerimônia aconteceu na terça-feira (29) e foi transmitida pelo YouTube e pelo Facebook da OSRN.
Deborah Bulgarelli começou a cantar em 2013 e, no seguinte, ingressou na Escola de Música da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG). Em 2016 e 2017, ela estudou na academia de ópera do Theatro São Pedro, em São Paulo. De volta a BH, ela finalizou a graduação. Antes de vencer como melhor solista do Concurso Internacional de Canto Linus Lerner, Débora havia vencido o Concurso Jovens Solistas da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais em duas oportunidades – 2016 e 2018.
Sobre o prêmio anunciado nesta semana, a belo-horizontina diz que ele é mais um incentivo nesse momento de pandemia, cujo isolamento fez com que eventos e concertos programados fossem desmarcados ou postergados. “Essa conquista é como se alguém dissesse ‘não pare de estudar, aproveite esse tempo para se aperfeiçoar’. Foi com esse pensamento que comecei esse período de quarentena. Vejo o prêmio como um reconhecimento”, comenta.
O fato de Minas Gerais ter colocado três cantores entre os vencedores não é lá um surpresa para Deborah Bulgarelli. Ela diz que “é inegável a força e beleza das vozes de Minas”, algo que deveria ser melhor explorado. “Todos os professores que vêm de fora ficam impressionados. Gostaríamos que tivéssemos uma escola ainda mais forte para não termos que nos deslocar para outras cidades. Temos um material preciso, mas também sofremos com a carência de ensino”, pondera a cantora lírica.
Com O Tempo