O assunto do momento, de grande interesse da população, é o processo de vacinação contra a Covid-19 e os critérios de prioridade estabelecidos pelos órgãos governamentais. Para sanar algumas dúvidas e esclarecer questões técnicas e criteriosas, o Secretário Municipal de Saúde, Dr. Flávio Pimenta, participou do Programa Passando a Limpo desta sexta-feira (29).
Já no início da entrevista, Dr. Flávio contou as ações de combate ao novo coronavírus em Sete Lagoas. “Quando começou essa situação, a gente se reuniu dentro da secretaria, montando algumas estratégias possíveis que a gente entendia como necessária. Então eu reuni toda a minha equipe técnica, para poder elabora o que seria o plano de contingência da saúde. A gente preparou as redes de atendimento, por que a Covid exige um isolamento de área e preparação de equipes, para fazer esse atendimento. Estruturamos os hospitais, nos reunimos junto à secretaria regional para pode elaborar o plano de contingência da rede hospitalar também. E definimos inclusive com a participação de todas as unidades hospitalares da nossa cidade, e aí eu incluo a Irmandade Nossa Senhora das Graças e também o hospital da Unimed, eles participam do plano de contingência desde o início, além das nossas unidades hospitalares. O Hospital do Belo Vale e a UPa, têm potencial para se transformarem em hospital de campanha, e aí nós fomos preparando, tentando entender, com o que aconteceu no País inteiro, no mundo inteiro, tentando entender qual que era a melhor estratégia de assistência”, esclareceu o secretário.
Dr. Flávio ressaltou que as ideias e propostas vão mudando ao longo do tempo, tendo em vista que não existem certezas com relação a essa pandemia. Lembrou que desde o início enfrentaram muitos problemas com o abastecimento de insumos em todos os níveis, quer seja para abastecimentos de EPIs, que foi o maior problema no início, quer seja para insumos da testagem, tanto o teste rápido como o RTPCR, problemas de capacidade de assistência na montagem de leitos, e agora não é diferente com as vacinas. “Nós estamos enfrentando problemas no País e no mundo, essa é uma questão importante quando vocês falam da politização, está todo o mundo comprando vacina, e quando eu falo todo mundo, é o mundo inteiro mesmo. Todo mundo desesperado na busca de vacinas para suas populações. Então, nós estamos enfrentando também essas dificuldades, faltam insumos, faltam profissionais, hoje também temos um esgotamento dos profissionais da área da saúde, todo mundo doente, cansado, esgotado, se para a população está desgastante, imagina para o profissional que vive ali todos os dias dentro de um hospital, dentro de uma rede de urgência? Aquelas ansiedades também, não é fácil trabalhar com a quilo todo dia, você ter a percepção de que vai entrar num ambiente incerto em termos de contaminação, e chegar em casa e levar todo dia para sua família e não ter como fugir disso” evidenciou Pimenta.
Flávio relatou que tentou inclusive ingressar no comando da Secretaria do Estado para tentar entender qual era necessidade de estruturação do município. O que ele percebeu era que ninguém consegue dar informações precisas, mas que, errando e acertando, obteve uma boa resposta ao longo do tempo, ressaltando que não foi a ideal pois, não queria que houvesse algum efeito trágico, mas a busca foi exatamente no sentido de minimizar os prejuízos com a doença.
No que diz respeito ao diferencial de Sete Lagoas, ele relatou que a tentativa de entendimento do que seria melhor para a população, esclarecendo que nunca fomos engessados nas ideias, sempre aprendendo com os acertos e com os erros dos outros. Lembrou que Sete Lagoas foi escolhida para ser monitorada pela Organização Panamericana de Saúde que, afirmou que o município estava montando uma estrutura de forma adequada. “Preparamos um laboratório de testagem para dar suporte, isolamos as estrutura de assistência, contratamos equipes separadas para essa assistência, munimos as estruturas dos profissionais com EPIs, não faltou EPI para ninguém durante todo o tempo. A gente sempre fazia uma força tarefa para poder comprar os insumos, para adquirir os equipamentos, então, a gente sempre trabalhou muito focado nessas ações e eu tenho um grupo muito bom, eu não faço nada sozinho, eu tenho uma equipe muito qualificada e isso me ajuda muito. Eu não falo que a gente acerta o tempo todo, mas a gente também não tem ideia engessada, a gente tá pronto para corrigir os erros, que a gente identifica, eu acho que esse é o grande diferencial”, pontuou Dr. Flávio completando: “A gente sabe que vidas infelizmente vão ser perdidas, mas a você não pode perder uma vida por falta de assistência”. O secretário relatou que a dificuldade hoje em Sete Lagoas não é quanto aos leitos de UTI, mas sim leito clínico (enfermarias).
Sobre quem é contra a vacina, Dr. Flávio conta que tenta se munir de informações e acha que as campanhas contrárias são extremamente danosas de um modo geral, não apenas contra a Covid, mas qualquer vacina, o mundo todo está buscando as vacinas, e acredita que essas teorias da conspiração não é o foco, é preciso focar na assistência da população. Ele alertou que a Covid é uma doença menos agressiva que a H1N1, mas a capacidade de disseminação é muito maior. “Ela mudou o comportamento mundial. Não poderemos abandonar os cuidados”. Ele acredita que o impacto da vacina será visto a longo do tempo.
GRUPOS PRIORITÁRIOS
“O que a gente entende é que cada doença tem seu perfil e é isso que estabelece as prioridades para o sistema vacinal. A gente a credita que o perfil de vacinação da Covid, será muito semelhante ao H1N1. Seguindo essa lógica, a gente entende que os profissionais da saúde serão priorizados”, ressaltando que a linha de frente são todas as portas de entrada do sistema de saúde, não são apenas os profissionais das UTIs. “A campanha vai obedecer a capacidade de aporte de vacinas que tiver. O que foi preconizado pelo Estado é que quando fosse para uma estrutura, que fossem vacinados todos”, esclareceu e afirmou que “a estrutura do município já foi toda vacinada, agora dará início a outras portas”, elucidou o secretário pontuando que os critérios são estabelecidos pelo governo federal e estadual.
O programa Passando a Limpo será reprisado pela Rádio Eldorado AM1300 (eldorado1300.com.br) neste domingo (31) às 09h. Para assistir o programa na íntegra, acesse o vídeo na fanpage do SeteLagoas.com.br no Facebook.
Da Redação