A Galeria Myralda embarca em uma nova temporada de olhares, sentidos e imaginações. Depois de abrir as portas pela primeira vez com a mostra Mirar, em junho, a casa da arte setelagoana traz o talento e inovação de mais 13 artistas plásticos locais. Sexta-feira (23), 20 horas, o encontro é com
criatividade de trabalhos contemporâneos da exposição Mirabolantes. O lançamento marca a abertura da segunda fase da homenagem à professora de música e agente cultural, Myralda Elisa de Faria Roque. O ambiente fica em cartaz de 26 de julho a 27 de agosto. Com a montagem programada para iniciar quarta-feira (21), a expectativa é trazer outros ângulos para imagens, objetos e pinturas, mostrando a qualidade do que é produzido na entrada dos sertões das Minas Gerais. Dentre as surpresas, estão as fotografias de Mário Loura e o retrato da própria vida em um olhar direcionado aos pés. Além de Loura, compõem a Mirabolantes: Afonso Oliveira, Cláudia Fernandino, Denise Dumont, Fernanda Castanheira, Gladston Mansur, Leandro Lupiano, Leandro Figueiredo, Luizi di Paula, Manoel Rosário, Maria da Glória Lanza (Bigóia), Márcio Pereira e Paulo Dias. A seleção dos profissionais foi feita por expoentes locais que formam a curadoria: Adriana Drummond, Demétrius Cotta, Fred Cota e Luciano Ribeiro.
A Myralda foi criada pela Prefeitura para abrigar a efervescência da classe artística setelagoana na Casa da Cultura, em uma parceria da Secretaria de Cultura e Comunicação Social e Iveco. “A cidade precisava de uma galeria há 20 anos”, diz o curador Luciano Ribeiro, concebendo o novo espaço como o primeiro passo para desenvolver a arte. O secretário de Cultura e Comunicação Social, Fredy Antoniazzi, também entende que o município pode ir além no setor. “A Galeria procura preencher as lacunas dos espaços dedicados à arte e que não deveriam ser apenas função dela”, explicando que, mesmo com o apoio da Prefeitura, o mercado de artes plásticas não pode ser dissociado do lado comercial e do investimento da iniciativa privada.
A ARTE E O POVO
A curadora Adriana Drummond afirma que, após anos sem política cultural, Sete Lagoas vive a falta de referências das pessoas com o município. “A sede é muito grande pela arte, a qual alimenta a alma de um povo, cria identidade e amor pelo lugar”. Esse cenário começa a ser modificado com a união de alguns artistas e apoio da administração municipal, em um momento que define como de parceria.
Autora de três grandes projetos de interferência urbana, a artista espera por apoio de empresários para levar intervenções contemporâneas a pontos estratégicos da cidade, como as rotatórias. “Precisamos de representações artísticas externas. Não adianta só prédios e indústrias”, diz Adriana sobre a cultura como força-motriz do pensamento e desejo de um povo, capaz de tornar o município mais humano.
AGENDA DA GALERIA
Em outubro, os quatro curadores da Galeria Myralda planejam apresentar um novo olhar sobre a arte. “Será um ambiente com muito questionamento, trabalhando o imaginário para sair do óbvio e comum”, antecipa Luciano Ribeiro.
REPERCUSSÃO
De 12 de junho a 16 de julho, 400 pessoas visitaram a exposição Mirar, a qual abriu a Galeria Myralda com obras acadêmicas de 12 artistas locais: André Valença, Belkiss Schreiber, Dora Ogando, Erlei Pereira, Ivânio Cristelli, Jacinto Godoy, Josemmar, Florêncio, Luciano Diniz, Marco Antônio Gomez, Lucioli e Paulo Horta.
por Ivan Figueiredo/ Assessoria de Comunicação da Prefeitura