prevê a criação do local, ter sido vetado pelo Executivo no mês de maio. Desde então, iniciativas como a de hoje tentam divulgar a causa, que para o presidente do Instituto Municipal de Meio Ambiente e Cultura, IMMAC, Davisson Andrade, “não reflete interesses particulares ou políticos, mas sim um interesse coletivo, que no caso é a preservação da ‘única área’ verde da cidade”, explica. Davisson explica que caso o condomínio que está previsto para ser construído seja realmente realizado, o local teria um impacto ambiental muito grande. “É uma questão de interesses. Seria interessante a gente deixar de lado a preservação ambiental para promover a construção de um condomínio para mil pessoas?”, questiona.
Segundo a advogada do instituto, Alessandra Lisboa, uma das grandes preocupações do instituto é a exposição de animais raros como a jaguatirica, macacos e até tucanos, que devido à proximidade com a Avenida Perimetral, acabam sendo vítima de acidentes. “Já foi registrada a morte de uma jaguatirica, um animal raro. Então o que a gente quer é que o local seja preservado, tendo em vista que hoje ele tem dois terços do seu território de acordo com a chamada APP, Área de Preservação Permanente”, conta.
Alessandra conta também que além da lagoa, existem no local importantes recursos ambientais como, por exemplo, a Bacia do Rio das Velhas, o Canal de drenagem da Serra santa Helena, além de trechos de Mata Atlântica. “Não queremos prejudicar ninguém. Nosso objetivo aqui hoje e divulgar a causa e buscar apoio para que junto a prefeitura a gente ache uma saída para preservação do parque. Não queremos deixar de indenizar ninguém, sabemos que há editais ambientais para liberação de recursos, ou seja, tem possibilidades, basta querer fazer”, avalia.
É o que também ressalta o engenheiro agrônomo do instituto Thomaz Correa de Castro da Costa. Ele relata que uma das alternativas para preservação do local, seria a criação dos chamados “corredores ecológicos”, além promover a redução de velocidade nas proximidades da avenida. “Existem muitas áreas a serem preservadas dentro do local, mas algumas medidas como a redução da velocidade e a criação dos corredores vão auxiliar no processo de preservação”, acrescenta. Apesar da pouca idade, Letícia Campos mostra o cartaz que ela mesma fez. Com os dizeres “Sete Lagoas não é Sete Lagoas sem suas Lagoas. Preserve a Natureza, ela conta que já visitou o local uma vez. Na ponta da língua, ela conta o porque está participando hoje da manifestação. “É muito importante preservar o meio ambiente e a Lagoa da Chácara faz parte deste lugar”, explica com simplicidade.
Para o vereador Dalton Andrade, que também esteve na manifestação, apesar de o Executivo ter vetado o projeto, a causa merece ser divulgada por meio de ações como a de hoje. “Agora é hora de convocar a população para que todos participem de iniciativas como esta. O importante é a gente continuar lutando pela preservação do local”, finaliza. O movimento também contou com o Bloco do Boi e com a fanfarra da cidade.