No próximo domingo (10/04) a Praça Tiradentes receberá a 3ª edição da Feira Feminista, realizada pelo Coletivo Feminista Várias Marias. O projeto volta à cena da cultura da cidade depois de dois anos, contando com o apoio das Secretarias Municipais de Educação, Cultura e Esporte e Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Turismo (Semadetur).
O evento acontecerá no dia 10 de abril, de 12h às 18h, na praça Tiradentes. Mais uma vez, contará, apenas com expositoras mulheres de diversos ramos de produtos e serviços, que se inscreveram previamente para participar da seleção de análise socioeconômica. A feira não tem fins lucrativos, e é organizada com o intuito de apoiar a renda das mulheres.
Serão barracas com artesanatos diversos, praça de alimentação, oficinas, e apresentações musicais feitas por mulheres da cidade, valorizando e dando espaço às nossas artistas locais. Além disso, também contará com o espaço kids, para que seja um ambiente acolhedor para mães e crianças.
Depois de dois anos sem condições sanitárias para acontecer em segurança, por decorrência da pandemia do Covid-19, finalmente o projeto está sendo retomado para movimentar a economia local e fortalecer a luta diária das mulheres.
Por que uma Feira Feminista?
No Brasil, a violência doméstica e familiar vem aumentando a cada ano. Só em Sete Lagoas, foram 2.157 denúncias desse crime em 2021, o que equivale a uma agressão a cada 4 horas, em média. A falta de independência financeira é um dos fatores que contribui para que essas mulheres tenham maior dificuldade de se libertar do processo de violência e abuso. A realização da feira se dá a partir do propósito da emancipação de mulheres e para poder auxiliar na renda de trabalhadoras autônomas.
Ainda vivemos em um mundo patriarcal, em que as mulheres são vistas como cuidadoras dos lares e das crianças, consequentemente, têm a sua renda mensal comprometida, o que agrava a dependência financeira dos seus maridos ou companheiros. Essa subordinação pode ser, muitas vezes, um grande impeditivo para que seja realizada a denúncia de violência doméstica. Além disso, o trabalho doméstico realizado majoritariamente por mulheres, que gastam 72% a mais de seu tempo com ele, não é remunerado e, pior que isso, é invisível (IBGE).
Ações que promovem o emancipação econômica feminina são estrategicamente fundamentais para a diminuição da violência doméstica e promoção da emancipação da mulher. Por meio da feira, também é possível a movimentação financeira no município, com a valorização da economia criativa e solidária local.
Da Redação