O Passando a Limpo dessa sexta (30) recebeu a Psicóloga Juliana Canto que atua com psicologia clínica, gestão de equipes e desde 2019 vem atuando com afinco nas questões que tratam da prevenção ao suicídio.
Para introduzir esse tema, Juliana lembrou que nós seres humanos lidamos com muitas áreas no cotidiano, sejam elas emotivas, profissionais, familiares. Portanto, não se pode dizer que uma pessoa em extremo sofrimento tenha falecido por suicídio por um único motivo, e sim por uma conjunção de fatores.
Falando diretamente a quem possa estar passando por momentos de extremo sofrimento, que pensa em tirar a própria vida ou até mesmo já fez tentativas assim, Juliana pontua: nossa vida realmente tem muitos problemas, mas também outras incontáveis possibilidades de solução.
Existe um ponto de partida para que pessoas próximas comecem a ajudar aqueles nessa situação. É muito comum – independentemente da religião -, que essas pessoas digam “Isso é falta de Deus no coração! Vá rezar!”. De fato, a religiosidade é um fator importante, mas ao usar expressões assim fazemos com que aqueles que sofrem se sintam impedidos de compartilhar seu sofrimento, de falar sobre aquilo, ficando cada vez mais retraídos. Assim, é preferível dar ouvido às pessoas ao invés de usar tais falas.
O primeiro passo é aceitar o convite para não caminhar sozinho e sempre falar de sua dor. Em quem você pode confiar, quem você tem liberdade para conversar? Procure por essas pessoas! Caso essa pessoa seja um profissional da psicologia, também é um excelente começo.
Sinais de alerta
Para aqueles que já tentaram suicídio, isso por si só já é o maior dos sinais. Nesse caso vale a orientação de não tentar caminhar sozinho, buscar ajuda de outras pessoas e profissionais.
Já para aqueles que não chegaram nesse extremo, o que dá indícios do que eles estão passando? Tentativas de conversa sem sucesso, adolescentes que passam muito tempo em seus quartos, ou que têm usado rotineiramente roupas que cobrem totalmente o corpo, adultos com alterações de comportamento no trabalho, idosos que estão se isolando em suas casas. E também sinais de alerta para nós mesmos: Perda de apetite, alta carga de estresse e cansaço, perda de sono em quantidade e qualidade.
Com abordar a temática do suicídio?
Juliana Canto levantou a seguinte pergunta durante o programa: falar sobre suicídio aumenta o número de casos?
Estudos comprovam que ao se tratar do tema com responsabilidade, trazendo informações úteis, a resposta pode ser não. Em contrapartida, quando se abordam apenas os fatores que levam ao suicídio sem oferecer nenhuma alternativa, ou que se revele de forma irresponsável o meio usado para alguém tirar a própria vida, infelizmente a resposta tende a ser sim.
Dretamente relacionado ao questionamento, o programa deixa aqui canais úteis a qualquer pessoa que esteja passando por dores e sentimentos angustiantes:
- Telefone 188: converse com profissionais do Centro de Valorização da Vida.
- Estratégias de Saúde da Família (também conhecidos como “ESF” ou “postos de saúde”): locais para atendimento emergencial e encaminhamento a especialistas.
- Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da Secretaria Municipal de Saúde: CAPS I Infantil (31) 3772-1371 e CAPS II Adulto (31) 3773–3244.
Assista ao Passando a Limpo na íntegra: