Correu a informação em grupos de WhatsApp sobre o fechamento de empresas siderúrgicas neste fim de ano, sendo cinco delas em Sete Lagoas – na mensagem, se dizia uma “consequência” do resultado para presidente da República, com a paralisação parcial ou total dessas empresas. O setor guseiro da cidade está indo ao colapso?
O SeteLagoas.com.br procurou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade, Ernane Dias. Segundo o sindicalista, a movimentação de paralisação de fornos e siderúrgicas é “normal” para o período do ano: “O setor guseiro é assim mesmo. Estamos entre 16 a 19 empresas funcionando”.
Foram cinco empresas que paralisaram suas atividades, e uma outra está com contrato de arrendamento em vias de finalização, no dia 9 de dezembro – fato, segundo o sindicalista, conhecido desde o meio deste ano. Ele estima que cerca de 900 funcionários foram desligados, e Ernane lamenta que outros empregos indiretos são atingidos pelo corte de funcionários
Cotação do gusa é o vilão
Diferentemente do que circula no WhatsApp, o fator do corte de empregos e a diminuição do funcionamento das siderúrgicas têm a ver com o valor da commodity no mercado internacional: “Antes, a tonelada do ferro-gusa valia 1000 dólares. Há uns 15 dias atrás, chegou a 415 dólares. O guseiro não está nem aí para Lula ou Bolsonaro, eles querem saber é do dólar alto”, afirma Ernane.
O sindicalista vê com atenção a movimentação do setor, mas reforça que não haverá uma crise como nos anos de 2008 e 2009, que atingiu em cheio o principal produto de Sete Lagoas: “Diante disso, esperamos uma retomada, mas [a redução do funcionamento das empresas] é algo que seja normal. Até mês de agosto, estávamos com 23 siderúrgicas funcionando e 30 fornos”, comenta.
Mercado internacional
De acordo com a Associação Aço Brasil, houve uma redução na produção de ferro-gusa em 13%, no comparativo entre os meses de setembro desde ano com o ano passado. Mas, apesar da redução no comparativo, 2022 teve aumento na exportação do produto entre os meses de janeiro a setembro: 31%.
A China é o maio consumidor de aço do mundo; sua política de combate à Covid, com lockdowns mais restritivos, além da crise imobiliária no país, afetaram o mercado produtor em todo o mundo. O pessimismo dos produtores brasileiros (que ainda indicam que os resultados do segundo semestre poderão ser ruins), está mudando com a nova flexibilização da política de combate à Covid no país asiático, gerando alta na cotação do minério de ferro.
Da redação