A esporotricose humana é uma micose subcutânea que surge quando o fungo do gênero Sporothrix entra no organismo, por meio de uma ferida na pele. A doença é uma zoonose, ou seja, pode afetar tanto humanos quanto animais, sendo mais comum em gatos. A infecção ocorre, principalmente, pelo contato do fungo com a pele ou mucosa. O tratamento deve ser realizado após a avaliação clínica, com orientação e acompanhamento médico, e pode durar de três a seis meses, ou mesmo um ano, até a cura completa.
Em Sete Lagoas, segundo a Vigilância Epidemiológica Municipal, os casos de Esporotricose Humana aumentaram 100% entre 2020 e 2021, de 25 para 50 casos. No ano passado, a situação melhorou um pouco, com 42 contaminações, mas ainda assim requerendo atenção da população. Até porque o número de gatos contaminados só aumentou no mesmo período, de acordo com o Centro de Controle de Zoonoses de Sete Lagoas (CCZ). Foram 135 casos em 2020, 210 em 2021 e 333 em 2022. Para reduzir os casos, o CCZ iniciou, na região do bairro Cidade de Deus, justamente o bairro com mais casos da doença, uma busca ativa com agentes de endemias indo de casa em casa orientando a população quanto à prevenção e cuidados com a doença, principalmente para quem possui gatos em casa.
“Estamos fazendo um levantamento de dados para sabermos quantos animais há em cada casa e se estão saudáveis. A Esporotricose é altamente contagiosa e muitos não têm conhecimento dessa doença, acham que é só uma ferida. Quando necessário, fazemos o exame e, em caso positivo, indicamos o tratamento. Sete Lagoas tem sido uma cidade endêmica tanto para a Esporotricose quanto para a Leishmaniose. Então esse trabalho é muito importante”, avalia a agente de endemias do CCZ, Nayara Silva.
Segundo a agente, embora a doença também atinja os cães, os gatos são mais sucetíveis, uma vez que ficam mais tempo na rua em contato com outros gatos. “A Esporotricose começa com pequenas feridas no focinho, orelhas e patas e, aos poucos, vai afetando outras partes do corpo à medida em que o gato se coça. Em caso de teste positivo, os veterinários do CCZ liberam a receita com o nome do medicamento e fazem o acompanhamento do tratamento junto ao tutor”, completa Nayara. O CCZ pede que, quando um agente de endemias bater à porta, o morador receba o profissional e se atente às instruções repassadas para, juntos, reduzirmos os casos de Esporotricose no município.
A coordenadora do CCZ, Patrícia Silveira, lembra que Sete Lagoas é num dos municípios que mais já fez e faz ações preventivas contra a Esporotricose. “Já foram realizadas capacitações para os veterinários da cidade e região, também atualização com a equipe de médicos e enfermeiros da Atenção Primária e a inclusão do exame de Citologia no portfólio de exames realizados, gratuitamente, pelo CCZ”, afirma. Se você tiver ou conhecer algum gato com suspeita da doença, entre em contato pelo telefone ou WhatsApp (31) 3771-5796 e os agentes do CCZ irão até a residência.
Com Prefeitura de Sete Lagoas