Treinador de Pompéu foi indiciado pela Polícia Civil por injúria racial após enviar um áudio com ofensas racistas a um jogador de Sete Lagoas, adversário durante os Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG). Em depoimento, o técnico admitiu ter enviado as mensagens; no entanto, negou a intenção racista. Caso condenado, ele pode pegar até cinco anos de prisão.
Nesta quinta-feira (20), a Polícia Civil indiciou o técnico de um time de handebol de Pompéu (MG) sob suspeita de enviar um áudio racista para um jogador adversário durante os Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG).
Em seu depoimento aos investigadores, o treinador, de 31 anos, admitiu ter enviado as mensagens ofensivas para o jovem de 15 anos, porém, negou que sua intenção fosse ofender a vítima com termos racistas. O indiciamento ocorreu pelo crime de injúria racial, que consiste em ofender a dignidade ou decoro de alguém, devido à sua raça, cor, etnia ou procedência nacional. Se condenado, o treinador pode enfrentar uma pena de até cinco anos de prisão.
Relembre o caso
O incidente ocorreu quando o time de Pompéu enfrentava a equipe de Sete Lagoas nos Jogos Escolares de Minas Gerais, evento promovido pelo Governo do estado. No áudio, o suspeito proferiu xingamentos racistas dirigidos ao jogador adversário, bem como insultos pessoais e à cidade natal do jovem.
Vale ressaltar que a cerimônia de abertura da etapa do JEMG em Pompéu abordou o tema do racismo, tornando o incidente ainda mais sensível e de grande repercussão.
Após o caso vir à tona, a Prefeitura de Pompéu emitiu uma nota de repúdio em relação ao comportamento do treinador. O time e o técnico também divulgaram uma nota conjunta, na qual o profissional afirmou que jamais teve a intenção de ofender ou menosprezar qualquer pessoa, incluindo motivações raciais, e expressou sua esperança de que tudo seja esclarecido adequadamente com o tempo.
Posteriormente, a nota conjunta foi removida do perfil do time, que se viu alvo de uma ação movida pelo Ministério Público, solicitando a dissolução da associação esportiva e o fim do patrocínio público à entidade. Nas redes sociais, o time anunciou estar “sob nova direção”. O treinador, por sua vez, celebrou a segunda colocação do time no JEMG em seu perfil pessoal.
Agora, as autoridades seguirão com as investigações para apurar as circunstâncias detalhadas do incidente, e o treinador terá que enfrentar o processo judicial para responder pelas acusações de injúria racial.
Da redação com Itatiaia