Antes mesmo da inauguração do Shopping Sete Lagoas a questão do acesso para alguns bairros como Canaan, Jardim Arizona e Cemig, já era complicado. No dia 3 de outubro, dois dias antes da abertura do novo centro comercial, um casal em uma moto colidiu com um carro ao sair de um retorno improvisado pelos próprios motoristas próximo a única saída do shopping. Algum tempo depois, este retorno, que passava por cima do canteiro central da Avenida Perimetral, foi fechado por ação da prefeitura. Atualmente o motorista deve seguir pela Perimetral até a Avenida Castelo Branco para retornar, o que aumenta muito o trajeto de várias pessoas.
Neste mês, um novo retorno ilegal foi feito, com poucos metros de diferença de onde estava o primeiro. Nossa reportagem foi até o local no dia 22 deste mês e constatou que, em apenas 10 minutos, oito dos quinze veículos que saíram do shopping passaram por cima do canteiro para fazer o retorno. Durante este tempo uma viatura da polícia passou pelo lado oposto da avenida, o que aparentemente inibiu alguns motoristas.
De acordo com Florantina da Costa Cunha, que trabalha vendendo picolés no ponto de ônibus em frente ao shopping, o fluxo de carros é constante. “Ninguém vai lá embaixo para fazer o retorno, até caminhão de bebidas eu já vi saindo do estacionamento e passando por ai” informa. Ela também relata que o risco de colisão é grande. “Outro dia uma moça em uma moto quase foi pega por um carro, qualquer dia vai acontecer outro acidente aqui”, opina.
O perigo é causado pela falta de visibilidade para os motoristas, que não vêem os veículos que sobem pela Perimetral. A travessia fica ao fim de uma subida em curva, e o acesso à Perimetral acontece na pista da esquerda, de maior velocidade.
Sobre a possibilidade de se fazer uma rotatória no local, a Prefeitura de Sete Lagoas informou que já existem propostas para sua construção, mas que depende da finalização do processo de licitação da Avenida Perimetral. Pois o novo retorno atenderia a demanda de outros empreendimentos a serem realizados na região.
Já o Shopping informou que está em dialogo com a Prefeitura para melhor atender a população e que já havia se oferecido para ajudar na construção de um retorno e se prontificou a ajudar com as obras, mas foi informado pelos órgãos públicos de que no momento existe um impedimento legal para a sua realização.
O Secretario Municipal de Trânsito, Eduardo Betti, informou que já foram tomadas medidas para impedir os motoristas de passarem pelo canteiro. Ele informou que a reforma do meio fio danificado já foi solicitada e que foi feito um pedido para que a PM fizesse patrulhamento na região.
Betti também explicou que o shopping, assim como muitas das grandes obras da cidade, demorou para atender ao artigo 93 do Código de Trânsito Brasileiro onde “Nenhum projeto de edificação que possa transformar-se em pólo atrativo de trânsito poderá ser aprovado sem prévia anuência do órgão ou entidade com circunscrição sobre a via e sem que do projeto conste área para estacionamento e indicação das vias de acesso adequadas”. Segundo Betti, faltando aproximadamente 100 dias para a inauguração é que se teve acesso ao projeto, tempo que por seu custo benefício era impossível de se vetar a obra, ou de se reestruturar o fluxo de veículos.
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O Secretário destacou que a construção de um retorno deve atender também a questão da segurança, para que a solução não acabe se tornando uma nova área de perigo. E citou os retornos à esquerda, juntos ao canteiro central, como existem nas avenidas Raquel Teixeira Viana e Castelo Branco, que são locais com altos índices de acidentes.
O Secretario ressaltou que o prefeito Maroca já tornou público que haverá uma solução ao problema do shopping.
O SeteLagoas.com.br tentou obter respostas junto a assessoria de comunicação do shopping sobre o fato de a prefeitura só ter tido acesso ao projeto de construção em um curto espaço de tempo, mas não obteve resposta sobre a questão.
Fotos: Túlio Thales e Felipe Castanheira