O Monumento Natural Estadual Gruta Rei do Mato (MNEGRM) realizou na última quarta 07/02 uma reunião aberta para compor seu Plano Integrado de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PIPCIF) de 2024. O objetivo desse plano é montar estratégias para evitar e combater incêndios, listando todos os parceiros disponíveis para as atividades durante o ano. Em 2023 a Unidade de Conservação não teve queimadas em seu interior.
No começo da reunião a gestora do MNEGRM Maria Honorina Pereira apresentou o escopo do PIPCIF e os resultados colhidos por esse tipo de plano nos últimos anos. O PIPCIF é atualizado anualmente pelas Unidades de Conservação (UC) e entregue ao Instituto Estadual de Florestas (IEF). Através do plano as UCs apresentam seu cadastro de parceiros para realizar ações e suprir demandas ao longo do ano.
A última queimada de grandes proporções no Monumento aconteceu no fim de setembro de 2020. Quase 80 hectares dos 141 da Unidade de Conservação foram incendiados e as chamas atingiram a mata em cima da Gruta Rei do Mato. Naquela época o combate ao fogo durou 10 dias.
Em 2021 e 2022 o número de incêndios na área interna caiu drasticamente para 3,59 e 0,72 hectares, respectivamente, sendo zerados em 2023. Na Zona de Amortecimento, área externa à Unidade, também houve redução de 0,28 hectares queimados em 2021 para 0,01 hectares em 2023. Em 2020 esse número chegou a 132,89 hectares na área externa.
Embora o período de estiagem das chuvas seja o mais crítico, Maria Honorina destacou que a prevenção precisa ser feita durante todo o ano, passando desde a composição do plano, ações educativas até trabalhos de campo quando precisos.
No campo a Unidade tem adotado o Manejo integrado do Fogo, medida regulamentada por um decreto estadual de 2020 (nº 47.919) e que consiste na construção de aceiros ao redor da área protegida – principalmente nas margens da BR-040 e MG-238 -. Nesses aceiros o capim invasor é cortado e queimado de forma controlada, o que impede que focos de incêndio comecem nessa vegetação das bordas e se espalhem para dentro da Unidade.
Para Maria Honorina, as ações são possíveis graças aos parceiros cadastrados no PIPCIF. Além dos órgãos públicos estaduais e municipais, da concessionária Via 040 e das forças de segurança, empresas setelagoanas também disponibilizam recursos. Para se cadastrar como parceiro, basta acessar esse link, preencher os contatos do responsável que será acionado e marcar as opções do que pode contribuir.
IEF apresenta dados sobre a comunicação de incêndios na Unidade
Dados apresentados na reunião pelos geógrafos do IEF que trabalham no setor de prevenção de incêndios do órgão, Anderson Campos e Rodolfo Vilela, mostraram que 43,2% dos incêndios registrados no MNEGRM desde 2013 foram detectados por funcionários da Unidade. O que chamou a atenção dos profissionais foi que 22,2% desses incêndios foram comunicados por moradores do entorno e 9,9% por funcionários de parceiros do Monumento, o que para eles demonstra um engajamento da comunidade próxima nessas ocorrências numa proporção que se destaca entre as Unidades de Conservação do estado.
Bombeiros reforçam necessidade de ações para evitar incêndios em zonas urbanas e rurais
Segundo o Tenente Mateus Neves da 5ª Cia. de Bombeiros Militares de Sete Lagoas, também é possível notar um aumento na consciência dos moradores quanto a não colocar fogo em lixo e lotes vagos, por exemplo. Mas ainda existe esse tipo de ocorrência na cidade e a fiscalização precisa continuar.
Outro hábito que ainda existe em zonas rurais e que foi citado pelo Tenente é o de atear fogo para limpeza de pastagens. De acordo com ele, alguns produtores adotam essa prática a muitos anos sem a conciência de que, a depender das condições climáticas – um dia de baixa umidade e ventos anormais, por exemplo -, a queimada pode sair do controle.
Ele alerta também que, no atual período chuvoso, o volume das águas tem sido menor que seu antecessor. Para o Tentente, isso reforça a necessidade de que as medidas de prevenção a incêndios e ações de educação ambiental sejam mantidas e reforçadas.
Da Redação, Vinícius Oliveira