Técnico de handebol Francisco Júnior Corrêa da Mota enfrenta novas acusações – denunciado por racismo em 2023 após enviar mensagens de áudio de teor preconceituoso para um jogador de Sete Lagoas. Ele é acusado de ter agredido e mantido adolescentes em cárcere privado em Pompéu, na região central de Minas Gerais. Imagens da ação foram filmadas e viralizaram nas redes sociais.
A história veio à tona após uma conselheira tutelar da cidade receber uma denúncia de um dos adolescentes que frequentava a Associação Esporte Solidário Gustavo Elias (Aesge), onde Francisco atuava como treinador e coordenador da equipe de handebol. O jovem relatou agressões físicas e cárcere privado, e a conselheira acionou a Polícia Militar.
Menores confirmam abusos
Ao chegarem na residência, os policiais encontraram 13 adolescentes, de diversos estados brasileiros, que moravam no local. Os jovens confirmaram as agressões e apontaram Francisco como o autor. Segundo os relatos, um dos adolescentes foi agredido após sair da casa sem autorização, e outro teria deixado o local após sofrer agressões e dizer aos amigos que não voltaria.
Durante a investigação, outros alunos relataram ter sofrido importunação sexual, assédio sexual e agressões físicas, como socos no rosto, tapas no joelho e no órgão genital com chave de roda. As vítimas foram acolhidas pelo Conselho Tutelar e levadas para um abrigo na cidade.
Francisco Júnior Corrêa Mota nega as acusações e afirma que as agressões no vídeo eram apenas “brincadeiras”. Ele também teria enviado mensagens intimidantes para alguns dos adolescentes durante a ocorrência.
A mãe do adolescente agredido no vídeo se mostrou indignada com a situação. “É agressão verbal, física, aliciamento”, desabafou. “Os filhos saem de casa em busca de um futuro melhor e se deparam com um horror desses.”
O Conselho Tutelar de Pompéu está em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Social para garantir o retorno seguro dos adolescentes para suas casas. O caso segue em sigilo e sob acompanhamento do Conselho.
Acusações anteriores de racismo
Em julho de 2023, Francisco já havia sido investigado por enviar um áudio com ofensas racistas e gordofóbicas para um jogador do time de Sete Lagoas, durante os Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG). O treinador foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que pede multa de R$ 150 mil e o fim das atividades da Associação Esporte Solidário Gustavo Elias (Aesge).
Da redação com Itatiaia