Dois juízes aposentados, F.P.K e J.I.G.R, estão sendo acusados pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) de envolvimento em um esquema de corrupção milionária que afetou o leilão do Pátio Lagoa Shopping e prejudicou credores da falida empresa Marialva Construtora, em Sete Lagoas.
A denúncia alega que os juízes exigiram propina para não leiloar imóveis da massa falida grupo, incluindo o centro de compras. Múcio Reis, ex-prefeito de Sete Lagoas e fundador da Marialva, recusou-se a pagar a quantia exigida de R$ 900 mil, o que resultou no leilão do shopping para um grupo de três empresários.
Atuação dos juízes e desvios de recursos
A ação do MPMG detalha que entre 2009 e 2010, J.I.G.R teria exigido vantagens indevidas da massa falida do Grupo Marialva e dos lojistas do shopping em troca de não embargar as obras do empreendimento. As acusações contra ele incluem o recebimento de dinheiro e apartamentos em Sete Lagoas, além de decisões parciais que beneficiaram a ele e outros participantes do esquema.
F.P.K, por sua vez, é apontado como mentor intelectual e líder da organização criminosa, que também conta com outras 12 pessoas denunciadas pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado da Polícia Militar (PM). Entre os integrantes, estão uma advogada ex-namorada de F.P.K, o cunhado dele, um ex-superintendente do Banco do Brasil e um oficial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
F.P.K responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa. A denúncia aponta para desvios que chegaram a quase R$ 5 milhões entre novembro de 2014 e março de 2015. Em uma única transação bancária, um membro da organização teria enviado R$ 500 mil para a conta de F.P.K. Para ocultar a origem do dinheiro, o juiz aposentado teria aberto uma empresa fictícia, a FK Florestal Exportações.
Defesa dos Acusados
O advogado de F.P.K nega qualquer irregularidade e afirma que todas as movimentações financeiras do juiz aposentado foram declaradas à Justiça Federal. Já a defesa de J.I.G.R alega que não há provas de enriquecimento ilícito e que as decisões tomadas por ele como juiz foram baseadas na lei. Ambos os advogados acreditam na inocência de seus clientes e esperam que sejam absolvidos ao final do processo.
Da redação com informações da Record