Por que celebramos o Dia do Irmão? Entenda a origem e o significado da data

Nesta quinta-feira (5), celebramos o Dia do Irmão, uma data especial para homenagear aqueles que compartilham conosco os laços de sangue, de criação ou simplesmente de coração.

A data, embora não seja oficialmente reconhecida, ganhou força nos últimos anos nas redes sociais e em diversas comunidades, tornando-se um momento para celebrar a importância da fraternidade na vida das pessoas.

Mas afinal, por que comemoramos o Dia do Irmão?

A origem da data está ligada a homenagem à Madre Teresa de Calcutá, falecida em 5 de setembro de 1997. A partir de 2007, data que marcou os dez anos de sua morte, a Igreja Católica passou a incentivar a celebração do Dia do Irmão como uma forma de lembrar o legado da missionária e fortalecer os laços de fraternidade entre as pessoas.

A importância dos laços fraternos

Os irmãos desempenham um papel fundamental na formação de nossa identidade. Desde a primeira infância, aprendemos a compartilhar, a negociar, a competir e a cooperar com eles. Essas experiências moldam nosso caráter e nos preparam para as relações sociais futuras.

Além disso, os irmãos são nossos confidentes, nossos cúmplices e, muitas vezes, nossos maiores críticos. É com eles que dividimos nossas alegrias e tristezas, nossos sonhos e medos. A relação entre irmãos é um presente inestimável, que nos acompanha por toda a vida.

Ser irmão vai muito além da relação sanguínea. A fraternidade pode se manifestar em diversas formas: amigos de infância que se consideram irmãos, colegas de trabalho que se apoiam mutuamente, ou até mesmo membros de uma comunidade que se unem por um propósito comum.

Irmão, Irmãos
Cada irmão é diferente.
Sozinho acoplado a outros sozinhos.
A linguagem sobe escadas, do mais moço,
ao mais velho e seu castelo de importância.
A linguagem desce escadas, do mais velho
ao mísero caçula.
São seis ou são seiscentas
distâncias que se cruzam, se dilatam
no gesto, no calar, no pensamento?
Que léguas de um a outro irmão.
Entretanto, o campo aberto,
os mesmos copos,
o mesmo vinhático das camas iguais.
A casa é a mesma. Igual,
vista por olhos diferentes?
São estranhos próximos, atentos
à área de domínio, indevassáveis.
Guardar o seu segredo, sua alma,
seus objectos de toalete. Ninguém ouse
indevida cópia de outra vida.
Ser irmão é ser o quê? Uma presença
a decifrar mais tarde, com saudade?
Com saudade de quê? De uma pueril
vontade de ser irmão futuro, antigo e sempre?
Carlos Drummond de Andrade, in ‘Boitempo’