No pequeno município de Jequitibá, na Fazenda Baú, uma tradição familiar ganhou força durante a pandemia e se tornou um exemplo de como a simplicidade e o amor pelo trabalho artesanal podem gerar não apenas renda, mas também impacto na comunidade. Ivanete, conhecida como Branca, e seu marido, Adão, são os responsáveis pela produção da farinha de milho Picher, um produto 100% artesanal que carrega a essência de suas raízes.
A origem da produção
A ideia de produzir farinha começou em 2020, no início da pandemia, quando Branca, inspirada pelos ensinamentos de sua avó, decidiu transformar a tradição em uma fonte de renda extra. O objetivo inicial era atender aos vizinhos e garantir o sustento da família em tempos difíceis. Hoje, cinco anos depois, a produção não apenas se manteve, mas cresceu significativamente, sempre com a bênção, como diz Branca, de Deus.
O processo artesanal
A farinha Picher é feita a partir de um processo que combina dedicação, paciência e técnicas tradicionais. Tudo começa com o fubá artesanal, produzido em moinhos de pedra movidos à água, conhecidos localmente como “moinho da água”. Esses moinhos trituram os grãos de milho com precisão, garantindo a qualidade única do fubá.
O preparo da farinha é simples, utilizando apenas fubá e água. No início, Branca utilizava um tacho em uma fornalha simples. Com o aumento da clientela, foi necessário investir em um forno de pedra, que permitiu aumentar a produção sem perder a essência do trabalho manual. Recentemente, o casal adquiriu uma máquina de torrefação maior para atender à crescente demanda, mas sempre preservando o sabor e a autenticidade do produto artesanal.
O diferencial da farinha Picher está na atenção aos detalhes. “O segredo maior é trabalhar com o que gostamos”, destaca Branca. Cada etapa do processo é realizada com cuidado, garantindo que o produto final tenha qualidade superior à farinha industrializada.
Desafios e conquistas
Apesar do sucesso, Branca e Adão enfrentam desafios no mercado. Por ser um produto artesanal, a farinha ainda é pouco conhecida por muitos consumidores. No entanto, a qualidade e a autenticidade têm conquistado espaço em mercados locais de Jequitibá e em pontos de venda em Sete Lagoas.
A produção é inteiramente familiar, o que facilita o trabalho, mas requer dedicação constante. Uma parte da renda é reinvestida na compra de matéria-prima, que não afeta a continuidade do processo.
Impacto na comunidade e visão de futuro
A produção de farinha vai além da renda para a família de Branca e Adão. Ela representa a preservação de uma tradição que foi passada de geração em geração. Para a comunidade, o trabalho do casal é um símbolo de resistência cultural, especialmente em um mundo cada vez mais industrializado.
Quanto ao futuro, o casal deseja expandir a produção para alcançar mais pessoas, mas sem modernizar a ponto de comprometer a qualidade e o sabor do produto. “Nosso objetivo é manter a tradição e a simplicidade. Essa é a nossa maior riqueza”, afirma Branca.
A farinha Picher é mais do que um alimento. É um resgate da memória, uma homenagem aos avós e um lembrete da importância de preservar práticas que carregam história e afeto. “Estamos precisando ter mais qualidade de vida. Então vamos comer frango caipira com farinha de milho Picher 100% artesanal”, conclui Branca, com orgulho.
Informações de contato:
Se você deseja fazer sua encomenda da farinha de milho Picher, entre em contato diretamente com Branca e Adão pelo telefone (31)9 9858-9499.
Maria Eduarda Alves