O cenário musical de Sete Lagoas possui vários artistas de qualidade que representam gêneros variados. E um grupo que vem se destacando na região é a U2 Experience MG. Seus integrantes prestam um tributo ao U2, grupo de rock irlandês mundialmente reconhecido com mais de 40 anos de carreira. A banda setelagoana é formada por Darlan Gonçalves (vocal), Daniel Guimarães (guitarra), André Batista (bateria) e Bruno Chaves (baixo). Nessa entrevista exclusiva ao SeteLagoas.com.br, os membros falam sobre sua trajetória musical, a paixão pelo U2, como fazem as apresentações e projetos para o futuro da banda.
O U2 é uma das maiores bandas de rock de todos os tempos formada em 1976 em Dublin, na Irlanda. A formação é a mesma desde o início: Bono (vocal), The Edge (guitarra), Adam Clayton (baixo) e Larry Mullen Jr. (bateria). Com uma discografia repleta de grandes hits e turnês mundiais memoráveis, eles possuem uma legião de fãs gigantesca e fiel.
Por aqui, a história musical dos quatro integrantes da U2 Experience MG começou na infância e adolescência de cada um e não demorou para que o U2 se tornasse referência para eles, conforme relatam:
Daniel:
“Já tem uns 25 anos que comecei a me interessar por música, eu tinha uns 14 ou 15 anos. Lembro até hoje que existiam festas de colégio onde alguns alunos tocavam. Um dos meus amigos tinha um violão ‘abandonado’ e começou a tocar Legião Urbana. Nisso, as meninas adoraram e eu pensei ‘Quero isso para mim’ (risos). No outro dia, fui na DiscoSete, comprei um violão e comecei a procurar professor. Comecei a estudar e de lá para cá, não parei mais”.
Darlan:
“Eu nunca fui músico instrumental, mas sempre gostei muito de música por influência do meu pai. Ele sempre me deu aparelhos de som, discos e me mostrava as músicas, ele é apaixonado por música e transmitiu isso para mim. Eu cantava em coral de escola, na época do Coral da Tia Querida. Depois, no segundo grau eu e uns amigos montamos uma bandinha com dois violões, um baixo e voz. Não tinha bateria nem percussão, mas eu sempre falava: ‘Vamos tocar U2?'”.
Bruno:
“Comecei a ouvir música quando era mais novo, na adolescência. Ganhei um tecladinho da minha mãe e comecei a tocar na igreja. Ouvia rock dos anos 60 e 70, sempre fui muito fã do Black Sabbath, Led Zeppelin, Deep Purple. Engraçado que nunca gostei de U2, até começar a tocar. Nunca havia parado para ouvir as músicas. Mas conheci o Daniel quando trabalhávamos no hospital e quando começamos a tocar juntos, Daniel sempre colocava músicas do U2. Acabava que nosso repertório de doze músicas, quatro eram do U2. Daí comecei a aprender, ouvir e gostar (risos)”.
André:
“A primeira vez que fui apresentado a essa banda maravilhosa foi em 1988, quando tocava numa banda de Caeté, chamava Quarta Dimensão. Eram três irmãos e eles me apresentaram a banda. Comecei a gostar das músicas, mas não entendia nada de inglês. Eles me explicavam as letras! O U2 tem muita música boa, letras também. Os quatro integrantes são figuras exemplares e isso me fez amar a banda”.
A inspiração de ter uma banda própria surgiu quando, na década de 90, Daniel acompanhava shows da U2 Cover de São Paulo, uma banda de destaque que viajava pelo país e América Latina. Ela chegou a fazer shows em Sete Lagoas e região.
“Quando eles vinham, eu ficava sabendo por rádio e TV (na época não tinha internet) e ia em todos os shows que podia! Comecei a virar amigo do pessoal, daqueles de entrar no camarim para conversar. Um dia eles vieram em Sete Lagoas, olhei para o palco e vi todo mundo na plateia cantando e falei: ‘Velho, um dia eu vou estar nesse palco!'”, relembra.
Darlan conta que também estava nesse show de 1998 em Sete Lagoas, mas nem imaginava que no futuro iriam se conhecer.
Corta para 2022, quando Darlan conta como foi sua entrada na U2 Experience MG:
“Tenho só um ano de banda porque o outro vocalista precisou sair por questão de trabalho. Fui num show deles na Nero Espeteria aqui em Sete Lagoas e falei com minha noiva ‘Eu podia ter uma galera para fazer uma banda tributo’. Não conhecia o Daniel, mas comecei a comprar no supermercado da família dele. Quando o via sem toca, não o reconhecia. Um belo dia, o Sandrinho que é nosso amigo também estava no supermercado, me apresentou para o Daniel e disse ‘Você estava procurando alguém para cantar U2? Está aqui, o Darlan!'”.
A preparação dos shows da U2 Experience MG envolve ensaios constantes e atenção aos detalhes técnicos de cada música. “A característica geral da banda que nós prezamos é a qualidade, seja ela visual ou sonora. Brincamos que a missão será cumprida quando, um dia, o fã fechar o olho e falar ‘Nossa, estou ouvindo o U2!'”, detalha Daniel.
E essa preocupação se baseia também na admiração que cada integrante tem pelos ídolos, captando características dos membros originais:
Daniel:
“Em relação ao The Edge, o que me chama atenção nele é a genialidade. Ele não é um guitarrista virtuoso, mas é muito estudioso, inteligente e um criador nato. A sonoridade que ele criou em termos de efeitos nas músicas, você não verá nem daqui a 30 anos alguém fazer igual. Além disso é uma pessoa muito tranquila e humana”.
Darlan:
“O Bono também é um gênio! Chorei várias vezes lendo a biografia dele. As únicas duas coisas que me pareço com ele são as seguintes: Quando ele canta em em Iris (Hold Me Close) ‘I’ve got your life inside of me’, é porque o sangue dele é igual ao de sua mãe. E o meu sangue também é igual ao de minha mãe (que também adora U2)”.
“A outra coisa é que sempre fui tímido, mas ao mesmo tempo falo demais, o que também é uma das características do Bono. Às vezes até tenho problema com as pessoas por sempre expressar minha opinião, não é todo mundo que quer ouvir sua voz o tempo inteiro”.
André:
“O Larry não é o melhor baterista do mundo, mas é um dos que tocam com mais sinceridade e coração. Ele é muito sério e altamente dedicado. Sou fã dele por causa da simplicidade. Ele mesmo fala que não tem a técnica que gostaria de ter. Mas o U2 é uma das poucas bandas que eu acho que os músicos são insubstituíveis, principalmente o baterista”.
Bruno:
“O Adam (baixista) é meio ‘marrento’. Ele não canta nem faz segunda voz, mas sempre olha para o público. Eu gosto disso, tocar sem olhar para você mesmo. Porque quando subimos no palco, podemos ficar com vergonha, tímidos e daí você quer tocar só olhando para baixo. Mas o Adam, não. Ele chega imponente no palco e toca olhando para o rosto de cada pessoa. Eu também tento fazer isso”.
O U2 é reconhecido também pela grandiosidade e tecnologia nas turnês. Eles adotam inovações no palco como sistemas de som cada vez mais envolventes e telões de alta resolução. Isso também motiva a banda tributo setelagoana a se manter atualizada quando o assunto é levar ao público espetáculos com a maior fidelidade possível.
A U2 Experience MG se apresenta atualmente com dois formatos de show, um com telão e outro sem. A depender da estrutura disponível no local de apresentação, o contratante dos shows pode optar entre as modalidades.
E a resposta do público tem sido positiva. A banda já tem um grupo de fãs que os acompanham em vários shows e outros que vão se agregando ao conhecer o trabalho. “É muito legal quando você começa a cantar uma música e você vê a pessoa cantando junto! No último show uma moça pediu ‘Kyte’, uma música que fala de pais e filhos, e ela estava com o pai no show. A gente pega esses ganchos para mexer com a emoção das pessoas’, conta Darlan.
{module[1305]}
Para os fãs é difícil escolher uma música e álbum preferidos, principalmente quando se trata de uma banda com tantos anos de estrada e centenas de músicas lançadas. Mas perguntamos aos quatro integrantes da banda tributo quais eles apontariam no topo das preferências pessoais:
Daniel:
- Álbum: All That You Can’t Leave Behind (2000) “Pode ser que eu mude de ideia daqui para frente com novos lançamentos (risos).”
- Música: Where The Streets Have No Name (1987)
Darlan:
- Álbum: Achtung Baby (1991)
- Música: Ultra Violet (Light My Way) (1991)
André:
- Álbum: Rattle and Hum (1988)
- Música: Angel Of Harlem (1988) “Inclusive nossa banda toca em minha homenagem!”
Bruno:
- Álbum: The Joshua Tree (1987)
- Música: Song For Someone (2014)
O álbum mais recente do U2 é o Songs Of Surrender, trabalho lançado esse ano no qual 40 canções da banda foram regravadas em versões mais intimistas, numa “vibe” bastante acústica.
Esse álbum veio na esteira do livro de memórias de Bono (Surrender: 40 músicas, uma história – 2022) e do documentário Bono & The Edge: A Sort Of Homecoming com Dave Letterman (2023, disponível no Disney+).
E claro, a U2 Experience MG se debruçou em cada aspecto desses trabalhos. Inclusive planejam montar algum formato de show que também traga para o público a estética acústica.
“Já nos reunimos e temos algumas gravações de músicas acústicas. A gente quer tocar, por exemplo, em teatros, lugares fechados com o público sentado. Talvez acompanhado de alguma orquestra, quem sabe? Já estamos caminhando para isso, cenas dos próximos capítulos!”, revela Daniel.
A U2 Experience MG segue se preparando para novos espetáculos. Para acompanhar a agenda dos músicos e suas performances, basta procurá-los no Youtube (a seguir, um dos vídeos) e também no Instagram @u2experiencemg.
{module[1306]}
Da Redação, Vinícius Oliveira