Leone diz que deixa legado de obras
Em entrevista para este caderno do SETE DIAS, pelo aniversário de Sete Lagoas, o prefeito Leone Maciel faz um balanço de sua gestão à frente da Prefeitura, analisa os principais problemas da cidade, avalia os reflexos da crise mundial no município e fala da situação que deixa para o sucessor. “Entrego uma cidade vocacionada para o desenvolvimento e com várias obras, apesar do período curto de administração”, avalia Leone. Confira.
Na sua opinião, quais são os principais problemas que precisam de solução rápida em Sete Lagoas?
Leone Maciel – Em atitudes primeiras, a solução de abastecimento satisfatório de água a todas as regiões da cidade, compreendendo a busca de água superficial, distribuição e reservas, concomitantemente com a modernização da nossa autarquia, o SAAE. A recomposição dos PSFs, Programa de Saúde da Família, com a qualificação e o cumprimento de suas finalidades que motivaram sua criação. O início da construção imediata pelo Governo do Estado do Hospital Regional garantido pela nossa administração através do secretário de Estado Dr. Marcus Pestana também é urgente. O hospital será construído no bairro Aeroporto onde já fizemos o lançamento da pedra fundamental com a presença do secretário de Saúde de Minas Gerais.
Quais as ações necessárias para consolidar uma boa estrutura na cidade para receber o crescimento previsto e ao mesmo tempo manter a qualidade de vida?
Um projeto estruturador de mobilidade urbana que já iniciamos com a construção de grandes avenidas como, por exemplo, o novo anel rodoviário, com convênio já assinado com a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (SETOP) e o Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER) ligando a BR 040 com a MG 238 e 424 usando as avenidas Perimetral e Norte Sul. Além disso, a excelência da distribuição de água e energia elétrica já também negociado com a Cemig e a formação de mão-de-obra para atender à demanda exigida pela Escola Técnica e Sistema “S” da Fiemg, como Senai e Senac. A recuperação das nossas lagoas e pontos turísticos e recapeamento de nossa malha urbana, além da construção do teatro municipal. Com relação a isso já iniciamos negociação com o antigo Cine Rivelo através do Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, além da construção de um Centro de Convenções e qualificação constante do sistema de ensino.
Em sua análise, que cidade entrega para o sucessor?
Entrego uma cidade vocacionada para o desenvolvimento e com várias obras, apesar do período curto de administração. Deixo também um volume grande de recursos garantidos para várias interferências urbanas visando o resgate do passivo que a cidade possui em todas as áreas. Não posso deixar de citar que tive o apoio incondicional do nosso deputado federal Márcio Reinaldo, do deputado estadual Dr. Viana e do nosso governador Aécio Neves assegurando os recursos necessários para Sete Lagoas. Na saúde houve aumento do número de PSFs, melhoria no hospital municipal com a construção de novos leitos, a criação da Escola de Saúde, ampliação e modernização de unidades móveis do SAMU, projetos executivos e garantia de recursos para o hospital regional. Na educação, reformamos escolas municipais, construímos a moderna escola do bairro Verde Vale, a creche no Primavera e também capacitamos profissionais. No setor de infra-estrutura, ampliamos a frota com aquisição de micro ônibus, retro escavadeiras novas e recuperação de outras unidades móveis. Melhoramos muito a questão da sinalização da cidade com a instalação de semáforos modernos substituindo antigos e instalando em novos locais. Além disso, fizemos alto investimento no setor de iluminação pública em vários pontos da cidade. Também instalamos em Sete Lagoas o Minas Fácil. A cidade está em desenvolvimento para atender melhor às necessidades mínimas da população. Foi o que procuramos fazer em tão pouco tempo de administração.
Como está o andamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)?
As obras mais avançadas do PAC são os interceptores de esgoto na Cidade de Deus. Mas o cronograma de obras prevê a finalização de todas em 2009 e 2010.
O sr. deixará obras inacabadas? Quais?
Sim. Até porque fui um prefeito que conclui várias obras inacabadas de administrações anteriores. Uma das obras para conclusão será parte da ciclovia da Avenida Padre Tarcízio, asfaltamento e drenagem no Verde Vale e pavimentação do Barreiro e Perimetral.
Como deixa o município financeiramente?
Com poucos recursos no caixa, embora com recursos garantidos para o Hospital Regional, para a revitalização de moradias para os moradores do Iraque, Kuait, Planalto, Padre Teodoro e outras áreas de risco, anel rodoviário, aquisição de caminhão para as hortas comunitárias e mudança da feira para a Lagoa da Boa Vista. Vigas para a ponte ligando a Avenida Francisco Chaves com a Avenida Guimarães Rosa também estão garantidos, além do portal de entrada da cidade, o projeto Segundo Tempo, na área de esportes, e recursos na Funasa para o Aterro Sanitário. Temos o compromisso do governador Aécio Neves para a transferência de recursos para o aeroporto regional de Sete Lagoas. Afinal, deixamos convênios para obras de mais de 200 milhões de reais, compra direta garantida para o produtor rural de uma renda estimada em R$ 3.500,00 por ano para a compra de sua produção que será destinada para comunidades carentes. O Caap, Centro de Apoio ao Produtor Rural, localizado na Avenida Boqueirão será o local para armazenar e beneficiar produtos da compra direta antes de ser entregues para as comunidades carentes.
Quais estão sendo as ações do município no sentido de minimizar os efeitos da crise que já afeta Sete Lagoas com a demissão de inúmeros trabalhadores do setor guseiro?
Continuar trabalhando no sentido de fomentar a vinda de novas empresas. O município desde o início do meu governo vem com sucesso diversificando nossa economia com ações permanentes que visam o desenvolvimento com geração de novos empregos absorvendo sempre a mão de obra local. Estamos enviando para a Câmara de Vereadores projeto de Lei de diferenciamento tributário visando estimular e facilitar a instalação de novas indústrias. O mais importante é continuar abrindo frentes de trabalho e garantir o emprego dos que estão trabalhando para que Sete Lagoas mantenha este processo de desenvolvimento.
Acha que a cidade sofrerá mais com os reflexos da crise econômica mundial? Por quê?
Sim. Não temos como isolar Sete Lagoas que tem empresas dos mais diferentes setores, como produção de gusa, setor automobilístico, auto-peças, etc. Vivemos num planeta de economia globalizada. Todos os descompassos de qualquer país geram efeitos no equilíbrio financeiro e ambiental no globo. O descompasso, por exemplo, da General Motors, influi em todas as economias. A nossa maior preocupação é com a China, que domina e afeta a passos largos em todos os mercados.
Quais serão suas pretensões políticas a partir de agora?
Ser um cidadão respeitoso com a minha cidade e nossa gente. Jamais usarei de palavras inadequadas e desrespeitosas com os governantes. E continuar exercendo quando necessário de uma atuação política quando for chamado, afinal deixo uma administração com 65% de aprovação da população, obtendo quase 42 mil votos dos sete-lagoanos.
Como está sendo a transição de governo?
Estou preparando, ou seja, fazendo um levantamento de tudo para ser entregue ao novo prefeito.
Que análise faz do período em que esteve à frente da Prefeitura de Sete Lagoas?
Foi uma grande oportunidade que tive e fui muito abençoado por Deus para trabalhar intensamente pela nossa cidade, fazendo tudo que foi possível em curto período de administração deixando um legado de obras e realizações que contribuem para uma Sete Lagoas melhor. Realizamos obras em várias partes da cidade de pequeno e médio porte, inclusive construção de galerias para contenção de águas pluviais, grandes avenidas, escolas e ampliação do hospital municipal.
Após as eleições, como fica o novo quadro político regional e a Amav?
Todos os gestores eleitos precisam ter consciência do trabalho a ser feito por nossa região. Unindo de forma monolítica para ouvir e ser ouvido pelos governos do Estado e da União. É preciso regionalizar as políticas públicas. Sete Lagoas precisa liderar com simpatia e responsabilidade. O congraçamento é saudável para todos. A Amav deve ser presidida não somente por Sete Lagoas.
Davidson Padrão
Especial para o SETE DIAS