Há três anos na prefeitura de Sete Lagoas, o prefeito de Sete Lagoas, Mário Márcio Campolina, o Maroca, fez uma avaliação da sua gestão. Sem falar abertamente em reeleição, o prefeito disse ao SeteLagoas.com.br que pretende dar fim as rupturas de governo que acontecem na cidade, realizadas para cada gestão. “Nosso governo hoje é feito para os próximos anos”, disse em entrevista. Confira a entrevista realizada com Maroca.
Sete Lagoas: Qual a avaliação do senhor quanto a sua gestão nesses três primeiros anos?
Eu tenho a consciência de que nós fizemos um bom governo, e que temos uma gestão de êxito. Só que as pessoas hoje, não têm consciência disso. Consciência de que hoje, em Sete Lagoas, estamos fazendo todas as obras importantes que a cidade precisa. Às vezes, nós não temos os recursos para fazer as pequenas obras necessárias, como as de pavimentação de algumas ruas, que estão realmente ruins, ou até limpeza das vias. Mas nós, buscamos fazer o que é prioridade. Para isso, a gente firma parcerias com o governo federal e até mesmo com deputados, a fim de trazer sempre, mais recursos para a cidade.
Atualmente, uma das prioridades da minha gestão, é fazer a rede de captação de água do Rio das Velhas; processo que já está todo licitado. Isso vai dar melhores condições para as empresas se instalarem de forma segura na cidade. A gente precisa de recursos, e obras como esta, pedem uma contrapartida do governo, coisa que a gente ainda não tem condições de fazer.
Temos um grande avanço em diferentes áreas, como a saúde, que passa a contar com tomógrafo, referência em todo país. Apesar disso, eu sei que a cidade precisa de mais, que a cidade, não está bem. Que o nosso pavimento é muito antigo, e que ele não aguenta mais. Hoje, a cidade precisa de um recapeamento geral. Sete Lagoas cresceu demais e precisa de melhores condições para circulação dos veículos.
Quais são as prioridades da Prefeitura de Sete Lagoas para 2012?
Nossa prioridade continuará sendo melhorar a estrutura de Sete Lagoas e valorizar o funcionalismo público. Nós temos diversas ações para melhorar e organizar a cidade. O que a gente tem que fazer neste momento, é estruturar os diversos setores da cidade, para que nos próximos anos, Sete Lagoas dê continuidades ao trabalho iniciado na minha gestão.
Uma das prioridades para o ano que vem, será o Distrito das Indústrias, que irá criar uma espécie de centro industrial no bairro Cidade de Deus e Bouganvile, para que haja uma concentração de pessoas no local e, consequentemente, a criação de empregos na região.
Outra prioridade, será a construção do Centro Administrativo, no Bairro Boa Vista e também a construção de um Ginásio Poliesportivo, que será feito no terreno ao lado. Junto a isso, nós vamos dar continuidade a grandes obras como o Hospital Regional e a Perimetral, que tiveram o cronograma de obras atrasado em função das chuvas.
Há também, um grande, e talvez, o mais importante projeto, que acontecerá no ano que vem; a capacitação da água do Rio das Velhas, que pretende solucionar os problemas de abastecimento da cidade. Para as diferentes ações, nós estamos aguardando o parecer do BNDS e também da Caixa, para liberação de recursos.
Em 2011, muitas foram às críticas da Câmara Municipal de Sete Lagoas em relação à Prefeitura, isso pode ser interpretado como um desgaste entre o Executivo e o Legislativo?
Não existe desgaste. Todos os projetos apresentados pelo Executivo foram bem aceitos na Câmara. O que acontece na verdade, é que alguns vereadores falam e criticam a prefeitura de forma aberta sem saber o que está acontecendo realmente. Isso é uma postura de alguns vereadores, de fazer oposição em busca de votos da população. Mas é muito importante afirmar que algumas coisas que são faladas dentro da Câmara não correspondem à verdade.
Um dos assuntos levantados há dias, é a doação freqüente de terrenos pela prefeitura a empresas privadas. Como é feito esse processo e como o senhor avalia essa postura?
Nós somos a administração que menos doou terrenos. Eu particularmente não gosto disso, mas os dois terrenos em discussão, um doado a uma empresa de alumínio e o outro a uma gráfica da cidade, foram ações que demandaram um interesse social. A empresa de alumínio, por exemplo, estava sem local para ficar e nós doamos um terreno no Eldorado que ajudou cerca de 500 funcionários a terem um local para ficar. É importante dizer, que apesar
das críticas, todos os projetos de doação foram apresentados a Câmara e aprovados.
O senhor fala das obras e dos projetos para 2012 com grande envolvimento. Isso pode ser interpretado como um desejo de reeleição?
Nesse momento eu só tenho foco para terminar o trabalho iniciado em Sete Lagoas. As pessoas têm que entender, que o que a gente começou há três anos, não será concluído em um, nem em três. O que a gente tem feito, é para as outras gestões. Nós estamos preparando Sete Lagoas para daqui a alguns anos. Por isso o investimento agora é grande. Eu não posso pensar em reeleição neste momento senão eu posso perder o foco. O que eu quero agora é dar continuidade as ações que já foram iniciadas e também começar novos projetos para 2012. Eu tenho tanto a realizar ainda, que se eu me preocupar com as reeleições, eu me perco. Minha maior preocupação agora é que caso eu não esteja na prefeitura após 2012, não haja ruptura das ações que já foram desenvolvidas.
Em relação à empresa suíça de reciclagem de lixo, que seria instalada na cidade até o ano de 2012. As possibilidades de vindas são concretas?
A empresa suíça dificilmente virá a cidade, mas hoje nós temos o aterro sanitário, que vai sanar a demanda de produção de lixo. É muito importante ressaltar que com a mudança para aterro sanitário, Sete Lagoas passou a fazer parte de um grupo de mais de 40 cidades mineiras, que tem o aterro e que poderá receber o ICMS Ecológico.
Durante a sua gestão, o senhor recebeu duras críticas em relação às prioridades e a falta de uma política concreta quanto os problemas estruturais, como por exemplo, a qualidade das ruas. Nesse último ano, haverá uma mudança de diretriz?
Não, nesse último ano, a gente vai colher os frutos de tudo investido e vai tentar melhorar o “físico” da cidade. A minha gestão priorizou muito a saúde e isso é muito importante. Eu queria, que as pessoas, tivessem acesso aos dados sobre investimentos feitos pela administração, porque às vezes, é fácil criticar ‘porque não foi arrumada tal rua’, sendo que os recursos, que já são poucos, são aplicados em áreas como saúde, que demandam mais
dinheiro.
A mídia às vezes, mostra um lado negativo, como buracos e outras coisas, não revelando as ações positivas, como investimento na saúde e em outros. O que acontece na prática, é que sobra muito pouco para se investir em ações como a mudança da malha asfáltica. Os recursos são poucos e nós priorizamos s aúde e o funcionalismo nessa gestão.
por Cíntia Rezende
edição: Juliana Nunes