Com mais de 14 anos de experiência no ramo de negócios e imóveis a executiva Graziela Menezes, abre as portas da Sonhare Imóveis, depois de oito anos de sociedade com o pai. Como a própria corretora diz “Vou em busca de um sonho pessoal no meu próprio negócio”.
Com uma carteira de bons clientes que a corretora fidelizou ao longo dos anos o site da Sonhare já conta com mais de 100 imóveis, de variados padrões, à disposição. Em entrevista ao portal Graziela explica porque o momento é tão bom para investir em imóveis e aponta quais as regiões da cidade estão ou serão mais valorizadas nos próximos anos, acompanhe.
SeteLagoas: Considerando o mercado imobiliário atual você acredita que os preços chegaram ao topo ou ainda há espaço para valorização dos imóveis? Quais as perspectivas para o mercado em 2013?
As expectativas são de continuidade do crescimento do mercado. Muitos têm o receio, devido a especulação, de haver uma bolha no mercado imobiliário. A chance de ocorrer uma bolha é muito pequena. O mercado esteve parado por mais de vinte anos. Agora é que os imóveis estão chegando aos reais valores. Tudo estava estagnado. Agora é que estamos começando a viver o crescimento imobiliário, sendo que em 2008 foi o grande apogeu. Acredito que não teremos um crescimento tão expressivo como em 2008. Eu prefiro um crescimento sustentável todo ano a um crescimento muito exponencial que cairá depois. Acredito sim na continuidade do crescimento, acredito muito na questão do PAC II, obras da Copa do Mundo, Copa das Confederações. Nas cidades que sediarão os jogos o metro quadrado está valorizando muito, o que é natural e pontual. Considerando também, que o crédito continuará sendo ofertado em grande quantidade.
SeteLagoas: Para as pessoas que estão pretendendo comprar imóveis, como diferenciar o que é mercado, o que é especulação, como fazer essa triagem?
Pesquisando. Nós nunca tivemos uma oferta tão grande de imóveis como agora. No mercado sete-lagoano a oferta é muito maior que a procura, muito maior mesmo. Nunca tivemos tantos lançamentos imobiliários, uma oferta tão grande quanto hoje. A oferta se deu pelo déficit habitacional que é muito alto. Em Sete Lagoas o déficit é altíssimo e ainda vai continuar muito grande. O mercado continuará fortalecido principalmente para o Minha Casa, Minha Vida nível 1, para famílias com renda até R$ 1600,00. É preciso pesquisar sempre, sem distinção. Hoje existe um portifólio muito grande de imóveis. Para quem é comprador, tem dinheiro para investir, o mercado nunca esteve tão bom. A forma de conter especulação é a pesquisa. A distância entre a especulação e o negócio efetivo é muito grande.
SeteLagoas: Comprar imóveis nessa época de fim de ano é vantajoso?
É uma época boa porque com o 13º salário, quem já possui um recurso próprio pode aumentar esse valor para diminuir no valor financiado, facilitando a aquisição da casa própria. As famílias se planejam muito no fim do ano para estruturar tudo e começar o próximo ano bem. A nível de Brasil, muitas construtoras estão aproveitando os estoques de imóveis “encalhados” e dão descontos muito grandes agora.
SeteLagoas: Você disse que hoje, em Sete Lagoas, a oferta é bem maior que a procura. Em quais regiões da cidade existem mais ofertas?
A oferta é generalizada. Para todas as classes. As imediações da Iveco, da Caterpillar, bairro Nossa Senhora de Lurdes, que nem era conhecido, Bouganville, Cidade de Deus, Montreal II. Vocês não acreditam como esses locais são procurados. Até porque o preço dos lotes e terrenos ainda não são tão altos comparando aos outros bairros da cidade, em regiões mais tradicionais. A região do Iporanga, bairro Flórida, a zona sul da cidade, tende a crescer bastante e tem grande perspectiva de valorização, além do fácil acesso.
SeteLagoas: Muitas construtoras estão chegando a Sete Lagoas. Como corretora local você teme pelo seu mercado?
Eu vejo a concorrência como salutar. Eu gosto muito de concorrência. É no momento de menor VGV (valor geral de vendas) e maior oferta que aparece quem é corretor mesmo, com diferenciais. As grandes construtoras que chegam a cidade estão firmando parcerias com as imobiliárias. Vejo como um produto a mais para ofertar. Estou me especializando em lançamentos imobiliários. É muito benéfico para a cidade, vai aumentar o padrão de construção das moradias, mesmo sendo segmentado. Quem tiver ofertando o melhor lugar, melhor acabamento, em menor valor, sairá na frente. O sol nasce para todos. A diferenciação dos serviços atrelada à qualidade da oferta vai fazer com que o mercado fique mais maduro e mais consciente.
SeteLagoas: Você acha que esse mercado emergente, ajudado pelo governo, como pelo programa Minha Casa, Minha Vida, atrapalha um mercado que poderia ser mais elevado?
Quando falamos de classe C, D e E estamos falando de volume de venda. O público que compra um imóvel de R$ 145 mil, teto máximo do Minha Casa, Minha Vida em Sete Lagoas, é bem maior que aquele que paga R$ 700 mil em uma casa. A base da nossa pirâmide são as classes C, D e E. Quem não atender a essas classes estará fora do mercado.
SeteLagoas: Adquirir um imóvel é uma decisão muito importante. Quais os cuidados que os compradores devem ter durante o processo?
É um mercado aberto e bem amplo. O comprador precisa procurar profissionais credenciados além de pedir referências. Pedir indicações aos amigos que realizaram boas compras. O mercado imobiliário às vezes envolve a economia de uma vida inteira. Se você levar um prejuízo pode ser que nunca recupere. É importante pedir ao corretor para conhecer alguns clientes que contrataram serviços da empresa. Eu faria isso se estivesse comprando! O atendimento está voltando a ser um diferencial. Mostro imóvel de locação para meus clientes quando eles precisam. Eles me ligam do local e eu encontro com eles na hora. É importante conhecer o cliente e filtrar seus desejos e necessidades. Essa questão de feeling e profissionalização ainda tem muito que caminhar.
SeteLagoas: Em relação às dificuldades para regularizar a documentação imobiliária, porque isso acontece?
O cliente precisa buscar intermediações. Ele tem que procurar um corretor de confiança e acompanhar o processo do começo ao fim. Nós convivemos com a morosidade dos órgãos públicos, e dependemos deles. Em Belo Horizonte é possível retirar a guia do ITBI na hora, pela internet. Aqui demora três semanas para a guia sair. Tenho muita esperança de que com a administração do Marcio Reinaldo seja criada uma comissão que dê fluidez a parte burocrática do processo. Sou especialista em negociação, então eu tenho que terceirizar a parte de regulamentação porque se não eu não vendo.
SeteLagoas: O que o mercado usa para avaliar o imóvel? Quais critérios são considerados?
O cliente sempre tem uma expectativa relacionada ao valor do imóvel. Alguns avaliadores colocam o preço bem mais alto, fora do padrão mercadológico para segurar o imóvel. O ideal é contratar um perito e receber um laudo documentado. O laudo apresenta critérios definidos de avaliação e métodos comparativos com vários outros imóveis. Para cada padrão construtivo existe um valor de metro quadrado. Os imóveis nunca são avaliados quanto à perspectiva de valorização. São considerados apenas valores reais.
SeteLagoas: Podemos dizer hoje que com o posicionamento estratégico da cidade no cenário econômico, com rodovias, proximidade do aeroporto de Confins, instalação de várias grandes empresas, Sete Lagoas tem uma situação atípica em relação a essa valorização imobiliária?
Alguns imóveis na cidade já estão corrigindo valores para baixo. O “boom” maior é para o Minha Casa, Minha Vida. Mas na cidade existe a oferta muito maior que a procura. Para ser elegível no programa não é tão fácil. O Minha Casa, Minha Vida ainda não é uma realidade para todos. Sete Lagoas começa a atender um pouco da demanda dela, mas não diria que é uma situação atípica. Sete Lagoas está num momento razoável. Nosso mercado está ficando maduro agora.
por Juliana Nunes e Marcelo Paiva