Ainda comemorando o feito histórico de conseguir o acesso a primeira divisão do campeonato mineiro com apenas dois anos de existência, o presidente do Minas Futebol já pensa no time para “não cair” ano que vem. Em campeonato de boa visibilidade, Geraldo Magela afirma que vai contar com parcerias de Atlético, Cruzeiro e América para montar elenco para o mineiro. Estimando um orçamento de aproximadamente R$ 1 milhão, entre cota de TV e renda com um jogo grande em Sete Lagoas, Magela vai analisar jogadores no segundo semestre antes de anunciar qualquer contratação. Em entrevista, o dirigente fala um pouco sobre o planejamento do clube para a próxima temporada, acompanhe.
Sete Lagoas: Momento ainda é de festas, mas já começou o planejamento para a 1ª divisão ano que vem?
Ainda estamos comemorando mesmo, mas já começamos a ficar preocupados porque série A não é brincadeira. São 12 equipes só, duas caem, três são Atlético, Cruzeiro e América. Outras duas são o Boa e a Tombense que fez uma boa campanha este ano. Então as chances de cair numa competição dessa são maiores do que as de ser campeão. Tenho consciência disso e vou tentar montar um time para se manter na série A. Agora, é claro que você fazendo um time bom para se manter você acaba conseguindo buscar um quarto, quinto lugar. Este ano preocupamos em não cair e conseguimos subir, é pensar no pior para conseguir o melhor.
Sete Lagoas: E para montar esse time aonde o senhor espera buscar jogadores, já tem alguma conversa ou alguma situação em vista?
É observar porque na série A é mais fácil de você conseguir jogadores emprestados de grandes equipes. A cidade por ser próxima a Belo Horizonte, ajuda. A Arena do Jacaré ajuda muito também. Por isso, o Minas tem grandes chances de conseguir jogadores emprestados de Atlético, Cruzeiro, América e de grandes clubes do Rio e São Paulo. Como não temos condição de pagar grandes salários temos que fazer parcerias com grandes equipes, e a intenção é essa. Mas não gosto de pegar jogador por pegar, gosto de observar antes para ver se tem condição, senão é um barato que sai caro, porque pode ser jogador que está encostado ou é indisciplinado. Observo muito, assisto vários jogos, converso com muita gente e fico bastante ligado em quem eu vou trazer.
Sete Lagoas: Além de correr atrás de jogador, na série A aparecem muitas ofertas de empresários querendo colocar seus jogadores nos times para dar visibilidade, como filtrar esse tipo de situação?
É saber a história do jogador. Quando o empresário te ligar você procura saber quem é o jogador, por onde ele passou, se foi titular ou não, aonde ele jogou, se teve problema de indisciplina, de contusão, é pegar um histórico do atleta antes de trazer para o clube. Não adianta empresário ligar e falar que fulano é bom. Pra mim jogador que não jogou em 2013, não serve para 2014. Sou muito rigoroso nesse ponto, gosto de trazer atleta inteiro.
Sete Lagoas: Chegaram boatos de que o Minas poderia deixar Sete Lagoas, isso existe?
Não existe essa possibilidade. Convite a gente recebe, mas é muito difícil hoje você ter uma cidade para superar Sete Lagoas em matéria de estádio, estrutura, proximidade com BH e aeroporto e a imprensa da cidade também é muito atuante. A única coisa que fica devendo aqui um pouco é o público que, às vezes, é meio rigoroso com relação a vir no estádio porque Atlético e Cruzeiro estão próximos e eles vão a BH. Se você resolver isso e o público começar a vir, o resto é maravilhoso. Agora tem o prefeito que está nos apoiando, já conversei com ele umas duas ou três vezes, então não vejo chance de sair de Sete Lagoas não.
Sete Lagoas: O senhor já tem uma noção com relação ao orçamento que terá para trabalhar com o time ano que vem?
Depende da equipe que se formar, mas a gente já sabe que tem uma arrecadação, mais ou menos, de R$ 1 milhão, juntando valor de televisão e uma renda de um jogo com Atlético ou Cruzeiro na Arena. Mas tem placa de campo que passa a valer mais, tem a camisa que passa a valer mais. Então, vamos buscar esses patrocínios e tentar pegar algum jogador que o salário venha pago por algum outro clube.
Sete Lagoas: Com esse orçamento dá para pensar em trazer algum jogador consagrado para reforçar a equipe?
Um jogador que a gente vai tentar trazer de volta é o Marinho. Ele fez um grande campeonato no Minas ano passado e agora no Democrata. Então o Marinho, o Gedeon e o volante Denílson são jogadores que eu penso em trazer. Mas está muito cedo ainda e temos que ver quem vai sobressair agora no segundo semestre, vamos acompanhar, mas é cedo ainda. Uma coisa eu falo, o Minas vai ser jovem, como foi nos dois anos, não gosto de time velho. Vamos fazer um time de bons jovens e disciplinados.
Sete Lagoas: A base do time que conseguiu o acesso será mantida para o ano que vem?
Claro, de dez a 15 jogadores serão desse grupo, inclusive tem contratos longos com o Minas. Não vamos abrir mão desses jogadores não, pode ter certeza.
por Marcelo Paiva