O Programa Passando a Limpo desta sexta (15) recebeu a doutora Valéria Paiva. Ela possui formação e experiência de atuação na área de infectologia e pôde tirar várias dúvidas sobre a epidemia de chikungunya, dengue (essas duas com maior número de casos atualmente em Sete Lagoas) e zika.
A doutora começou explicando que o mosquito Aedes aegypti é apenas o transmissor dos vírus causadores de cada uma delas. O mosquito atua como “veículo” do vírus quando uma fêmea da espécie pica uma pessoa já contaminada e na sequência outro alvo.
Valéria Paiva pôde falar também da grande possibilidade que as famílias de vírus têm de sofrer mutações. Como o trânsito de pessoas é cada vez maior entre diferentes regiões do planeta, a circulação dos vírus acaba sendo ampliada. Além disso, muitos vírus como aqueles causadores das arboviroses passam a ter contato com seres humanos a partir do momento em que os ambientes naturais são degradados.
Uma pergunta surgida durante o programa foi se a dispersão de mosquitos estéreis pelas cidades – aqueles que não podem se reproduzir – é realmente eficaz. Valéria Paiva diz que a medida tem sim potencial de ajudar no combate à trasmissão, porém é uma tecnologia que ainda tem altos valores para ser aplicada em larga escala.
A respeito dos cuidados para quem contraiu dengue, chikungunya ou zika, Valéria Paiva ressaltou a importância de se hidratar. Ela exemplifica citando os casos em que a febre causada pela dengue tende a baixar após cinco ou seis dias de surgimento dos sintomas. Porém, caso o paciente não tenha cuidado da hidratação nos dias anteriores, suas chances de piora aumentam consideravelmente, justamente quando se pensava que os sintomas haviam cessado como a febre.
A doutora Valéria Paiva chamou atenção também para casos em que pacientes têm se automedicado não seguindo os principais protocolos de tratamento das arboviroses. A profissional cita que protocolos de atendimento a casos de chikungunya, por exemplo, não indicam uso de corticoides nos primeiros quinze dias. Porém ela conta que tem atendido pacientes que fazem uso dessa medicação por conta própria e de outras manipuladas com a presença dos compostos porque o alívio de dores é imediato. Valéria Paiva pontua que a melhora temporária nessa fase inicial da doença pode prejudicar o tratamento nas etapas seguintes.
Reveja o Passando a Limpo:
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Da Redação, Vinícius Oliveira