Em sua reabertura, no dia 3 de fevereiro, o Mineirão voltará a receber as torcidas de Cruzeiro e Atlético, pondo fim aos clássicos de torcida única realizados desde 2010 na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, no Parque do Sabiá, em Uberlândia, e no Estádio Independência, em Belo Horizonte. Em uma reunião nesta terça-feira, na Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, os dois clubes chegaram a um acordo para realizarem todos os clássicos com o estádio dividido (mesmo que em proporções diferentes).
Para o jogo de reabertura do Mineirão, válido pelo Campeonato Mineiro, haverá número igual de ingressos para as duas torcidas. Mas a renda será integralmente do Cruzeiro, o mandante.
Participaram do encontro o governador de Minas, Antonio Anastasia, responsável por convocar a reunião e sensibilizar os clubes da importância do clássico com as duas torcidas; o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares; o presidente do Atlético, Alexandre Kalil; o presidente do consórcio Minas Arena, Ricardo Barra; além do presidente da Federação Mineira de Futebol, Paulo Schettino, do secretário extraordinário da Copa em Minas, Tiago Lacerda, do secretário de estado de defesa social, Rômulo Ferraz, e do chefe do estado maior da Polícia Militar, coronel Divino Pereira Brito.
Segundo Gilvan, o governador lembrou que foi feito um esforço grande para que Minas tivesse um estádio moderno, como o Mineirão, e nada justificava a realização de clássicos com torcida única.
“Na Federação, constava que a renda do clássico Cruzeiro e Atlético, nesse primeiro jogo, seria dividida, e eu não poderia concordar com isso de forma alguma. O governador, que disse que se empenhou demais na reforma do Mineirão, para que ele ficasse o estádio mais moderno do Brasil, e que o jogo fosse das duas maiores torcidas de Minas. E não era possível que se fizesse um jogo desse tipo com torcida única. A questão da renda da partida ficou sanada, porque o adversário (Atlético) aceitou abrir mão da arrecadação. A renda vai ser só do Cruzeiro. E o governador determinou também, que, de agora para frente, no estado de Minas Gerais, não vai ter mais clássico com torcida única, sempre vai haver possibilidade de duas torcidas”, disse o presidente do Cruzeiro.
Antonio Anastasia comemorou o acordo entre os arquirrivais. “O governo fez uma solicitação, que tenho certeza que é de toda a sociedade mineira, para que esse jogo, que é festivo e de comemoração, seja realizado com a presença das duas torcidas, com o estádio, portanto, dividido. Esse pleito foi atendido pelos clubes. Fazemos um apelo para que seja um clássico da paz, da cidadania, com a presença da torcida em um clima de euforia, pois nós estamos entregando a Minas e ao Brasil um dos estádios mais modernos do mundo. Tenho certeza de que será um momento de muita felicidade para os torcedores”.
Clássico pode ser realizado em outros estádios, sempre com duas torcidas
Em clássicos futuros, no Mineirão ou em qualquer outro estádio de Minas, os clubes terão que voltar a entrar em acordo em relação à divisão igualitária dos ingressos. Se não houver consenso, será seguido o regulamento das competições nacionais, em que o mandante terá 90% da carga e o visitante, 10%. “O que o governador determinou é que em Minas não haverá mais clássico com torcida única. Se os clubes não chegarem ao consenso em relação à divisão dos ingressos em 50% a 50%, teremos que fazer valer o regulamento do Mineiro ou do Brasileiro, em que o mandante terá a maioria dos bilhetes. O jogo pode ser em qualquer lugar. A Polícia Militar deu as garantias de segurança, mesmo que o clássico vá para o Independência”, explicou o presidente da Federação Mineira de Futebol, Paulo Schettino.
Com informações de Superesportes