Na noite desta terça-feira (3), a CBF adicionou mais um capítulo à novela sobre a presença de público no jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, marcado para quarta-feira (4), às 21h30, no Mineirão. A entidade enviou um ofício à 14ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, à Federação Mineira de Futebol (FMF) e à Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), liberando a possibilidade de presença de torcedores no estádio.
Entretanto, a decisão final foi transferida para a PMMG e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A situação será discutida pelas autoridades de segurança estaduais na manhã desta quarta-feira (4), faltando menos de 12 horas para o início da partida.
Posicionamento da CBF
No comunicado, a CBF solicitou a reavaliação de sua manifestação inicial:
“Caso a PMMG reconsidere a recomendação, a CBF poderá igualmente rever seu posicionamento e admitir a presença de público no jogo entre Cruzeiro e Palmeiras, com a participação das duas torcidas, e não apenas torcida única, em respeito aos princípios de isonomia e equilíbrio técnico.”
A entidade também justificou sua decisão anterior, afirmando que ela foi baseada no risco à segurança apontado pelo MPMG e pela PMMG:
“A decisão de realizar a partida sem público foi influenciada pelo panorama apresentado pelas autoridades, que indicava risco à segurança de todos os torcedores e até mesmo de cidadãos no dia do jogo, algo que não seria resolvido com a adoção de torcida única.”
Reação das autoridades
O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, posicionou-se no X (antigo Twitter), dizendo:
“Somos contrários ao fechamento dos portões. Nosso pedido foi de torcida única, mas, se a CBF determinar torcida mista, a decisão final cabe a ela, já que o evento é privado.”
Simões também criticou a postura da CBF em relação ao caso:
“Na hora de punir o Atlético com perda de mandos de campo, a CBF foi rápida. Mas, quando é um time paulista, faz vista grossa, colocando o Cruzeiro em risco e obrigando o contribuinte mineiro a financiar a segurança dos vândalos.”
Situação atual
A PMMG informou que ainda não foi comunicada oficialmente sobre a presença de torcedores. O Cruzeiro e a FMF não responderam às tentativas de contato.
De acordo com a ata da reunião realizada entre clubes, autoridades e representantes do Mineirão, ficou registrado que:
“Se, até às 20h desta terça-feira (3), houver decisão do órgão competente para a abertura dos portões, uma nova reunião será realizada para ajustar o plano de ação.”
Lei Geral do Esporte
Mesmo que haja uma definição favorável à abertura dos portões, a Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023) proíbe a venda de ingressos com menos de 48 horas de antecedência ao evento esportivo. O artigo 143 determina:
“É direito do espectador que os ingressos para partidas de competições com atletas profissionais sejam colocados à venda até 48 horas antes do início do jogo.”
Da Redação com OTempo/IA