A sua vida deu uma volta surpreendente há um ano? A de Lucas Yan é um exemplo de como o mundo do futebol é dinâmico e reserva surpresas. O jovem atacante setelagoanp de 18 anos assinou, no último mês, um contrato com Náutico, um dos grandes clubes de Pernambuco, após se destacar nas categorias de base.

Mas se engana que tudo isso caiu do céu. Jogando bola na rua de casa, no bairro São João, com seus amigos e primos, o garoto não imaginava que tudo isso chegaria tão rápido para ele.
Aos cinco anos de idade, Lucas iniciava sua caminhada, treinando em outro Náutico – este, o de Sete Lagoas. Lá ficou por seis anos até ir para a escolinha do América, no bairro das Graças. Depois, seguiu para o Montréal e por fim, o Brasilis, clube formador de atletas no interior de São Paulo, onde ficou por dois anos. “Um olheiro no time do Brasilis que me viu e fez uma indicação para vir ao Náutico. Vim fazer um período de avaliação. Fiquei uma semana só e já fui aprovado”, relata Lucas, que completará um ano no clube pernambucano no próximo dia 7 de maio.
De Águas de Lindoia para Recife são 2.576 km. Estados, clima e cultura totalmente distintos. Mesmo com a rotina sendo totalmente modificada, Lucas Yan disse que já está adaptado ao lugar – apesar do calor constante na capital pernambucana. “Eu me lembro que na sexta-feira eu estava treinando em São Paulo e já recebi a ligação que sábado tinha que viajar. Vim parar aqui na segunda. Foi uma loucura, uma coisa muito rápida. E estou muito feliz aqui”.
A vida no Recife
Na mesma rapidez que foi contratado, Lucas Yan foi inscrito para participar das competições no clube. “Já disputei muito campeonato aqui. Eu lembro que eu cheguei e em uma semana já me inscreveram”, relata o atacante, que foi artilheiro da equipe sub-17 com 21 gols na temporada passada. “Sou um centro-avante mais de área, um cara que fica mais na frente e sempre tento buscar um posicionamento bom para receber uma bola livre e em condições para fazer o gol”, completa o atleta.

Foi se destacando cada vez mais que o atleta assinou, em abril, um contrato profissional por mais duas temporadas no Náutico. E, como o mundo do futebol é muito dinâmico, as chances de ser aproveitado no profissional estão cada vez mais abertas: “Tem amigos que estavam aqui há um semana já jogaram pelo profissional. Teve um moleque, um ano mais novo que eu ainda, ele jogou contra o São Paulo no Morumbi pela Copa do Brasil, fez sua estreia . Ele jogou sábado com a gente no CT e na terça-feira já estava lá”. O exemplo dito por Lucas Yan foi do meia-atacante Dudu, que se tornou o jogador mais jovem a atuar pelo Náutico no século XXI.
Mas, se o momento chegar, isso não assusta ao atleta. “Para ser sincero, eu me preparei muito tempo para isso, desde que comecei a levar o futebol a sério. Meus pais e meus empresários sempre conversavam comigo falando da possibilidade de que isso iria acontecer, que temos que ter a cabeça boa e no lugar para não poder se perder, porque as coisas acontecem rápido. Eu levo as coisas numa boa, tento focar muito no futebol e esquecer as coisas externas. E as coisas vão acontecendo e Deus vai encaminhando tudo”.
“Meu foco é chegar no profissional e poder ajudar o Náutico e dar muita felicidade para esta torcida. A torcida aqui é muito fanática. A gente vai assistir aos jogos do Náutico e eles nos reconhecem. A gente quer subir para o profissional e poder jogar nos Aflitos, que é um estádio muito bom e a gente quer se tornar ídolo. Porque não chegar na Seleção Brasileira?”
Não só chegar ao profissional é o sonho de Lucas Yan: disputar os clássicos pernambucanos, mas na equipe principal, é uma de suas realizações para o futuro. “Eu me vejo jogando, até porque já estou acostumado a jogar muito clássico aqui pela base e a energia é diferente. Eu fico imaginando isso no profissional. E eu quero muito jogar, viver essa energia de disputar um clássico contra o Sport, o Santa Cruz... O Retrô também que não é um rival, mas que é um time que gostamos de jogar contra porque é um time forte”.
Com toda essa rapidez das coisas, o atacante só teve tempo de rever a família e os amigos apenas no Natal. E como fica estar este tempo longe de Sete Lagoas? “Foram 15 anos morando aí. Sinto falta da minha família, dos meus amigos… Por mais que a cidade seja um pouco ‘parada’ em relação a Recife’. Dá muita saudade mas entendi que a minha nova casa é aqui em Recife.”