O diretor de futebol celeste, Eduardo Maluf, veio a público nesta segunda-feira manifestar-se a respeito da logística do Cruzeiro na viagem à Argentina. O dirigente afirmou que o Clube fez o que estava a seu alcance para oferecer o melhor aos atletas, e a delegação chegou atrasada ao jogo contra o Estudiantes por fatores alheios.

Em entrevista à Rádio Itatiaia, Maluf contou que a hospedagem em Buenos Aires é algo corriqueiro para equipes brasileiras que enfrentam o Estudiantes, como o Botafogo e Internacional, que em estiveram La Plata na Copa Sul-Americana 2008. Em condições normais, a estrada que separa as duas cidades é percorrida rapidamente.
“Nas três últimas Libertadores que o Cruzeiro jogou contra o Estudiantes, ficou em Buenos Aires. É uma autopista com seis vias de acesso de mão única, gastamos 35 minutos. Fizemos a opção pela comissão técnica, pelo Adilson e pelo que a diretoria julgaram melhor”, destacou.
Outro fator observado por Maluf é a possibilidade de um conforto maior em Buenos Aires, já que a estrutura hoteleira é melhor que a de La Plata.
“A torcida do Estudiantes é barulhenta e não dá sossego a ninguém. E em La Plata tem um hotel quatro estrelas, que tem 100 apartamentos e é uma cidade turística. Você nunca consegue colocar a sua delegação em dois andares. E nós estamos atentos a todos os detalhes para que o Cruzeiro tenha a melhor estada no lugar em que estiver”, disse.
Já sobre o deslocamento, ocorre que a autopista estava com movimento intenso devido à saída para o feriado de Semana Santa, que ficou ainda pior devido a uma manifestação que bloqueou a estrada, o que forçou a ida por um caminho alternativo.
O trio de arbitragem, o delegado do jogo e dirigentes da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que também estavam em Buenos Aires, deixaram a cidade por volta das 18h 20, mas o Cruzeiro não pôde fazer o mesmo.
“Nós somos uma delegação e estamos sob escolta de uma polícia. Não temos poder de falar com eles que queremos ir por tal via. O Cruzeiro fez um comunicado à Conmebol sobre a atuação da polícia da La Plata, que nos pegou e levou pelos caminhos alternativos. Eles não nos deixaram passar pela via principal por motivo de segurança. A polícia é quem sabia se o tráfego estava bom, se nós poderíamos passar ou não. E nós acatamos o que a polícia nos colocou. O nosso procedimento foi corretíssimo”, afirmou.
Maluf apresenta como argumento a favor do Cruzeiro o fato de o árbitro uruguaio Roberto Silvera ter aceitado atrasar a partida por saber que o os problemas na viagem ocorreram à revelia do Clube. O dirigente critica apenas o comportamento dos policiais de La Plata.
“Nenhum juiz atrasaria o jogo em uma hora. Ele só atrasou porque nós falávamos com ele constantemente o que estava acontecendo, que estávamos escoltados pela polícia de La Plata, e acho que ela foi negligente com a gente. Creio que nós poderíamos ter passado pela via que eles não nos autorizaram passar”, comentou.
“O policial foi muito claro para mim, falou que eu era diretor do Cruzeiro e ele é quem conhecia de trânsito e segurança. O Cruzeiro não teve outra alternativa”, acrescentou
Diretor rebate insinuações do presidente do Atlético-MG
Eduardo Maluf aproveitou a ocasião para repudiar as declarações recentes de Alexandre Kalil sobre a marcação do jogo de ida da semifinal do Campeonato Mineiro para o Mineirão. O diretor disse que o Ituiutaba havia apontado o estádio da capital como opção para as fases finais, já que a Fazendinha não tinha capacidade para 10 mil pessoas.
“No arbitral deste ano, o Alexandre Faria representava o Atlético-MG. Nós tivemos a preocupação de colocar no regulamento do campeonato todos os mandos de campo dos clubes ali presentes e todos indicaram. O Democrata-GV escolheu Belo Horizonte, o Ituiutaba com três alternativas e o Rio Branco escolheu Poços de Caldas e Mineirão”, recordou.
“Não tem nenhuma surpresa para o Cruzeiro que esses clubes venham jogar em Belo Horizonte. Quando o clube joga na sua cidade, em estádio pequeno, muitas vezes não paga a despesa que teve no campeonato todo. A salvação dele é vir jogar em Belo Horizonte. Nós fizemos questão de que isso fosse definido no Estadual”, concluiu.
O dirigente negou que o Cruzeiro tenha pago qualquer quantia ao Ituiutaba para que os dois jogos semifinais, e nem teria por que fazê-lo, já que isso já estava previsto em regulamento.
“O mando de campo é do Ituiutaba. Ele vende as placas do jogo e faz a bilheteria. Nós não interferimos em preço, eu nem estive com o presidente do Ituiutaba. Eu acho que é uma acusação muito grave falar em se pagar para um clube vir jogar em Belo Horizonte. Tínhamos a certeza que não jogaríamos em Ituiutaba, porque o regulamento é claro”, declarou.
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