O Cruzeiro é, de maneira isolada, o maior campeão da Copa do Brasil! Os 2.400 celestes presentes no Itaquerão, em São Paulo, e os milhões espalhados por Minas Gerais e pelo Brasil certamente estão orgulhosos de um time que se impôs diante do Corinthians e venceu por 2 a 1 na noite dessa quarta-feira (17), pelo jogo de volta da decisão.
A equipe celeste abriu o placar aos 27min do primeiro tempo, em finalização de Robinho. Aos 9min do segundo tempo, Jadson empatou para o Timão, em cobrança de pênalti. Aos 36min, um contragolpe mortal garantiu a taça. Depois de servir à Seleção Uruguaia em dois amistosos e viajar durante 24 horas do Japão até o Brasil, Arrascaeta recebeu de Raniel, tocou por cima do goleiro Cássio e deu números finais ao jogo.
Duas decisões polêmicas envolvendo consultas ao árbitro de vídeo chamaram a atenção na partida. O árbitro Wagner do Nascimento Magalhães recorreu ao VAR para tirar dúvidas em dois lances. Ao assistir às imagens, ele entendeu que houve contato de Thiago Neves com Ralf no lance do pênalti, aos 7min da etapa final. E aos 24min, viu tapa de Jadson no peito de Dedé, em jogada que antecedeu o chute de fora da área do atacante Pedrinho que encobriu Fábio. Seria o segundo gol corintiano. De acordo com Paulo César de Oliveira, comentarista de arbitragem do canal SporTV, Wagner Magalhães errou na primeira marcação e acertou na segunda.
A vitória dessa quarta-feira (17) é a primeira do Cruzeiro na Arena Corinthians. E que vitória! É a vitória do título. Da vaga direta na fase de grupos da Copa Libertadores de 2019. Da premiação de R$ 50 milhões (R$ 61,9 milhões acumulados ao longo da competição). Da condição de maior campeão da Copa do Brasil, com seis conquistas, deixando o Grêmio em segundo, com cinco. Do inédito bicampeonato consecutivo na história do torneio. Do time que finalizou 22 vezes nos dois confrontos da decisão, contra apenas 12 do Corinthians. Do trabalho em longo prazo de Mano Menezes, no comando do time de maneira ininterrupta desde julho de 2016.
A comemoração do elenco se estenderá por muitos e muitos dias. Nesta quinta-feira, haverá carreata da Avenida Antônio Carlos até o Ginásio do Barro Preto, em Belo Horizonte. Depois de toda a ressaca, há o compromisso no Campeonato Brasileiro, competição na qual a missão será cumprir tabela. O Cruzeiro é 10º colocado, com 37 pontos, e enfrentará a Chapecoense no próximo domingo, às 19h, no Independência, pela 30ª rodada.
O jogo
Mano Menezes não mexeu na estrutura do Cruzeiro. A única mudança foi por suspensão. Egídio, que recebeu o terceiro cartão amarelo em BH, deu lugar a Lucas Romero. Antes da partida, em entrevista ao SporTV, o treinador explicou a decisão de improvisar o volante em vez de escalar Marcelo Hermes, especialista na função. “Romero já foi testado na direita e sempre foi bem. Temos uma ideia inicial de conter esse ímpeto (do Corinthians)”. Do lado corintiano, Jair Ventura apostou nas entradas do veterano Emerson Sheik, de 40 anos, e do centroavante Jonathas, de 1,90m, que teria a missão de brigar com Dedé e Leo na bola aérea.
O Cruzeiro cedeu a posse de bola ao Corinthians, mas não baixou suas linhas. A marcação firme começava desde o meio-campo, com Robinho, Thiago Neves e Rafinha fechando os espaços e facilitando o trabalho dos jogadores de defesa. E se por ventura os donos da casa conseguiam algum sucesso diante dos meias, complicavam-se na sequência da jogada. Os inúmeros lançamentos, seja pelo meio ou nas laterais, eram tranquilamente afastados por Dedé e Leo, também eficientes nos botes por baixo.
A estratégia estava bem desenhada. Se o Corinthians vacilasse em algum momento, o Cruzeiro estaria pronto para incomodar. Aos 20min, Léo Santos e Henrique bateram cabeça na zaga, e Thiago Neves arriscou de primeira, porém fraco, nas mãos de Cássio. O primeiro erro foi perdoado. O segundo não. Aos 27min, Léo Santos se atrapalhou na lateral de campo para tentar evitar uma saída de bola. Rafinha recuperou a redonda e passou para Barcos, que fintou Gabriel e chutou colocado no canto esquerdo. Após a bola explodir na trave, Robinho pegou a sobra e bateu de primeira, fora do alcance de Cássio. Silêncio da multidão corintiana em Itaquera. Festa dos 2.400 cruzeirenses: 1 a 0.
O placar agregado de 2 a 0 trazia uma confiança ainda maior na busca pelo hexa. O Cruzeiro não se intimidou e procurou o segundo gol. Aos 33min, Thiago Neves cobrou falta para a grande área, e Dedé subiu mais que a zaga adversária. Caprichosamente, a bola bateu na trave. O Corinthians, por sua vez, não conseguiu jogar. O domínio de 71% de posse de bola foi enganoso. A troca de passes se resumia ao meio-campo. Fábio não efetuou uma defesa sequer na etapa inicial. Só levou um susto aos 35min, em cabeceio de Henrique.
No segundo tempo, o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães virou protagonista por causa de suas consultas ao árbitro auxiliar de vídeo. Aos 7min, ele foi avisado por Wilton Pereira Sampaio, responsável pela coordenação do VAR, de que havia um lance duvidoso na dividida entre Ralf e Thiago Neves. Ao assistir às imagens, o juiz deu pênalti. Na cobrança, aos 9min, Jadson cobrou do lado direito, e Fábio pulou para o esquerdo: 1 a 1.
Aos 24min, o Corinthians marcou o segundo gol, em belo chute de longa distância de Pedrinho, que encobriu Fábio. Mas Wagner Magalhães, alertado por Wilton Sampaio, novamente recorreu ao VAR. Na consulta ao vídeo, ele identificou um tapa de Jadson no peito de Dedé, que caiu no chão momentos antes do chute de fora da área. Para alívio dos cruzeirenses e revolta da torcida corintiana no estádio, o lance acabou invalidado.
Passados os episódios polêmicos, o Corinthians seguiu com seus 70% de posse de bola, enquanto o Cruzeiro, já com os velozes e ágeis Raniel e Arrascaeta em campo, ficou à espera de um contragolpe. Aos 36min, a dupla resolveu a parada em São Paulo: após toque de Raniel, o uruguaio carregou a bola em direção à área e tocou por cima de Cássio para fazer 2 a 1. No mais, coube à torcida celeste fazer contagem regressiva e celebrar o tão esperado hexa da Copa do Brasil!
CORINTHIANS 1X2 CRUZEIRO
CORINTHIANS
Cássio; Fagner, Leo Santos, Henrique e Danilo Avelar; Ralf e Gabriel (Mateus Vital, aos 35min do 2ºT); Ángel Romero, Jadson e Emerson Sheik (Clayson, aos 32min do 2ºT); Jonathas (Pedrinho, aos 21min do 2ºT)
Técnico: Jair Ventura
CRUZEIRO
Fábio; Edilson, Dedé, Leo e Lucas Romero; Henrique e Ariel Cabral; Robinho, Thiago Neves (Lucas Silva, aos 35min do 2ºT) e Rafinha (Arrascaeta, aos 21min do 2ºT); Barcos (Raniel, aos 29min do 2ºT)
Técnico: Mano Menezes
Gols: Jadson, aos 9min do 2ºT (COR); Robinho, aos 27min do 1ºT; Arrascaeta, aos 36min do 2ºT (CRU)
Cartões amarelos: Ralf, aos 8min, Gabriel, aos 18min, Emerson Sheik, aos 25min, Fagner, aos 32min do 1ºT. Jadson, aos 26min, Clayson, aos 41min do 2ºT (COR); Rafinha, aos 35min, Thiago Neves, aos 39min do 1ºT. Robinho, aos 12min do 2ºT (CRU)
Motivo: jogo de volta da final da Copa do Brasil
Estádio: Arena Corinthians, em São Paulo (SP)
Data: quarta-feira, 17 de outubro de 2018
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (FIFA/RJ)
Assistentes: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa (FIFA/RJ)
Árbitro de vídeo: Wilton Pereira Sampaio (FIFA/GO)
Pagantes: 45.978
Presentes: 46.571
Renda: R$ 5.108.151,00
Com SuperEsportes