Fontes ligadas ao Ministério Público Estadual e à Polícia Civil ouvidas pela reportagem do SUPER.FC confirmaram que ex-dirigentes do Cruzeiro tiveram o sigilo bancário quebrado.
O antigo presidente, Wagner Pires de Sá, o vice-presidente de futebol, Itair Machado, e o diretor geral, Sérgio Nonato, estão sendo investigados e existe a possibilidade também de o antigo presidente do Conselho Deliberativo do clube, Zezé Perrella, já ter sofrido o mesmo tipo de procedimento.
A ação é decorrente da investigação da Polícia Civil, que está em fase avançada e apura denúncias sobre falsificação de documentos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
O clube é acusado de realizar transações irregulares, usar empresas de fachada para regularizar operações e venda de jogadores menores de idade. A assinatura de Itair Machado, aliás, está em vários documentos desse tipo. O dirigente, inclusive, teria autorizado para ele mesmo diversos aumentos salariais.
As mesmas fontes também confirmaram que as investigações miram também empresários, jogadores e ex-jogadores do clube, por uma possível “rachadinha” nos contratos.
Além do salário base e dos valores referentes ao direito de imagem constantes habitualmente nos contratos dos atletas, o Cruzeiro pagaria a cada jogador uma quantia descrita como “acréscimos remuneratórios”, valores esses que poderiam voltar aos ex-dirigentes de forma fraudulenta.
Vale lembrar também que os empresários também recebem, de forma legal, valores específicos pelo agenciamento dos atletas.
“RACHADINHA CELESTE”
Como os valores relativos a “acréscimos remuneratórios” nos contratos dos jogadores “voltam” para clube
Punições
As denúncias pelas quais o Cruzeiro está sendo investigado são passíveis, inclusive, de punições esportivas. A venda de jogadores menores de idade, por exemplo, é proibida pela Lei Pelé, pela CBF e também pela Fifa.
Caso as denúncias sejam procedentes, o Cruzeiro pode sofrer advertências disciplinares, ser proibido de registrar e contratar atletas.
Segredo de Justiça
A reportagem entrou em contato com o delegado Domiciano Monteiro, chefe da Divisão de Investigação de Fraudes e Crimes contra a Administração Pública.
Segundo ele, nenhuma informação sobre as investigações pode ser repassada pois o processo corre em segredo de Justiça.
Clube pode ser investigado pela Interpol
Fontes ligadas ao Cruzeiro informaram à reportagem do SUPER.FC que ainda será aberta uma investigação pela Interpol sobre um contrato do clube que teria gerado uma dívida a favor de um clube árabe, que gira em torno de 9 milhões de euros (R$ 41,7 milhões de reais). Esse valor precisa ser recolhido junto à Fifa.
Todos os citados na reportagem foram procurados, mas não foram encontrados.
Com Super.FC