Olhar a tabela de classificação tem sido uma tortura para o torcedor do Cruzeiro desde o ano passado. Para quem sempre se acostumou a brigar entre as cabeças do torneio nacional, a Raposa vem deixando a desejar. Somando as 38 rodadas do Brasileirão da Série A do ano passado às 11 jornadas da B, o time celeste esteve na primeira página – ou seja, do primeiro ao décimo lugar – em apenas duas oportunidades: o sexto lugar na terceira rodada de 2019, e um 10º posto na terceira jornada desta temporada.
Nessa jornada frequentando a parte inferior da tabela, o time celeste esteve na zona de rebaixamento em 21 de 49 rodadas (38 da A e 11 da B). A maior sequência na posição na zona da degola foi entre a 19ª rodada e a 28ª da Série A do ano passado. Foram ainda 15 jornadas em 16º, posição à beira do precipício.
O Cruzeiro ingressa na 12ª rodada da Série B, para a partida contra a Ponte Preta, na próxima quarta-feira, às 19h15, ocupando justamente a 17ª posição na tabela. Um inglório Z-4 na divisão inferior nacional que dói, mas é o reflexo de toda uma jornada de diversas mudanças, adaptações e também sucateamento do clube. Fábio completa 40 anos nesta quarta-feira, sendo 16 destes dedicados à Raposa de forma ininterrupta. Com conhecimento de causa, o jogador analisou o momento vivido pelo clube.
“É uma situação muito difícil que o Cruzeiro vive ao longo desta temporada, uma reformulação em todos os setores e dentro de campo também. Mudança de treinadores, jogadores que estavam aqui e já não fazem mais parte desse grupo. Então tudo isso gera um peso ainda maior com a sequência da competição que nós tanto almejamos que é o Campeonato Brasileiro da Série B. O único foco nosso, desde o princípio da temporada, tinha que ser esse torneio. Nos bastidores falamos bastante sobre isso, que a gente tinha que ter uma equipe pronta para atuar e fazer um bom papel e dar essa credibilidade ao nosso torcedor”, observou o camisa 1.
“A gente tinha que entrar com tudo no Brasileiro. Conseguimos isso nas três primeira rodadas, mas na sequência não conseguimos manter esse nível de competitividade e isso daí foi crucial para as equipes se aproveitarem”, acrescentou o goleiro.
Com oito pontos em 11 rodadas, o Cruzeiro ainda conserva um péssimo retrospecto contra os times que o acompanharam à Série B, e segue sem vencê-los na segunda divisão. Muito do ‘aproveitar’ que Fábio citou. A Raposa perdeu para Chapecoense (1 a 0), CSA (3 a 1) e Avaí (1 a 0), sendo que em 2019, o time celeste não venceu nenhum dos compromissos contra os mesmos times. O camisa 1 celeste garante que as cobranças acontecem, mas para sair dessa maré de longa data, o time precisa fazer muito mais do que tem feito.
“A cobrança existe aqui dentro do Cruzeiro, em todos os aspectos […] querendo sempre uma equipe mais forte e consistente para entrar de vez nessa competição, da forma que tem que ser jogada em alto nível, alta competitividade, luta até o final. Porque todas as equipes vem para tentar vencer o Cruzeiro, os atletas se doam e a gente tem que fazer muito mais. Essa é a realidade que estamos enfrentando na Série B, mas estamos nos cobrando muito para que possamos voltar a vencer em uma sequência que vai nos favorecer dentro da tabela e também psicologicamente, nos passando confiança”, concluiu Fábio.
Da Redação com Se