Os empates seguidos com Guarani (3 a 3) e Figueirense (1 a 1), no Mineirão, em Belo Horizonte, esfriaram a reação do Cruzeiro na Série B. Em seis jogos sob o comando de Luiz Felipe Scolari, o time está invicto, com três vitórias e três igualdades, mas não conseguiu atingir a pontuação projetada para tentar se aproximar do G4. Paralelamente, os clubes da zona de acesso à Série A fizeram o seu papel e se consolidaram. Baseado nesse cenário, o treinador determinou nesta sexta-feira que seus jogadores não falem mais em chances de classificação à elite nacional.
Diante do placar de 1 a 1 com o Figueirense, pela 22ª rodada, o Cruzeiro estacionou na 15ª posição, com 25 pontos, e ficou a 12 de América e Cuiabá, quarto e quinto colocados. Os dois clubes ainda jogarão neste sábado e poderão elevar a diferença para 15 pontos.
Felipão insistiu que a maior ambição do Cruzeiro nesta Série B é escapar do rebaixamento. Para atingir esse objetivo, caberá ao clube chegar aos 45 pontos. A segunda meta, que seria brigar pelo acesso, nem sequer entra em discussão no dia a dia da Toca da Raposa II.
“Eu já falei algumas vezes que o projeto do Cruzeiro é para o ano que vem, porque esse ano ele tem que sair lá de baixo. Nós temos cinco equipes só abaixo de nós. Nós temos que saber isso. (…) Nós, dentro do clube, e eu como treinador, vou fazer o projeto e vou desenvolver o projeto, o pensamento nesses jogadores até o momento que conseguirmos o primeiro objetivo. O segundo objetivo é uma coisa que eu nem vou falar mais com eles, nem vou falar com vocês, porque nós não estamos atingindo nossos objetivos”, disse.
O comandante alertou que o torcedor ainda pode sonhar, mas ele manterá os pés no chão. “O que nós temos que trabalhar é para continuar o primeiro objetivo e vai ser continuado por mim e pelos atletas. Eu não estou pensando no segundo objetivo, porque eu não estou livre do primeiro. Portanto, se os meus atletas quiserem entender e vão entender, porque vou insistir em cima disso…Eu não vou brigar com o torcedor, eles podem alimentar qualquer situação. Eu, não”.
Pontos perdidos na Fifa
Em meio ao seu discurso realista, Felipão ‘cutucou’ o Conselho Gestor, responsável por administrar o clube entre janeiro e maio, por não ter pago a dívida da Fifa que resultou na perda de seis pontos na Série B do Campeonato Brasileiro.
A dívida de R$ 5,3 milhões (US$ 850 mil) com o Al Wahda dos Emirados Árabes, relativa ao empréstimo do volante Denilson, em 2016, deveria ter sido quitada até 18 de maio. No entanto, a operação financeira não foi concluída a tempo pelos dirigentes que assumiram o clube interinamente até a posse de Sérgio Santos Rodrigues como presidente, em junho. O débito com o clube árabe foi uma herança da gestão de Gilvan de Pinho Tavares, mandatário entre 2012 e 2017.
Felipão se mostrou inconformado com o não pagamento da dívida que tirou do Cruzeiro os seis pontos antes mesmo do início da Serie B do Brasileiro. “Agora, se nós tivéssemos aqueles benditos seis pontos que entenderam que não precisavam jogar porque ia dar os seis pontos, as pessoas que fizeram isso agora estão vendo que não é assim, não é tão fácil como se imagina. E nós estamos lá embaixo. (…) Porque, se não tivessem sonhado, tinham pago na Fifa, não tinham perdido seis pontos, uma série de detalhes. Então, não vamos ficar reclamando de nada e vamos trabalhar por objetivos e o primeiro a ser atingido é não cair para a Série C. Ok? Depois, eu vou ver o que vai acontecer em frente”, concluiu o treinador.
Da Redação com SE