O Atlético pode estar próximo de virar Sociedade Anônima do Futebol (SAF). De acordo com a Rádio Itatiaia, o empresário norte-americano Peter Grieve está, juntamente com o clube, em tratativas para um pré-contrato pelas ações.
O valor total do investimento será de R$ 1,8 bilhão, aponta a rádio. Além de Grieve, os ‘4Rs’ (grupo formado pelos empresários Rubens e Rafael Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães) terão um percentual da SAF. O grupo aportará mais R$ 100 milhões de forma imediata, somados aos R$ 300 milhões já investidos. A associação manterá outra fatia das ações. A divisão será tratada em detalhes no processo de construção do Memorando de Entendimentos.
Nas negociações, ficou acertado que a Arena MRV e a Cidade do Galo, principais patrimônios da associação, serão incluídas na operação. Os percentuais serão correspondentes ao que for acordado no contrato de venda da SAF.
Peter Grieve esteve no Brasil no início do ano, quando o processo de diligência foi iniciado. Ele contratou um executivo para representá-lo nas tratativas. O CEO do Atlético, Bruno Muzzi, representou o clube nas conversas. O banco BTG Pactual e a multinacional Ernst & Young também participaram do processo.
Com o Memorando de Entendimentos finalizado e assinado, a última etapa do processo será a apresentação do documento ao Conselho Deliberativo. Os associados terão oportunidade de apreciar os detalhes da operação para votar a venda ou não das ações a Grive e os 4Rs.
Os valores
De acordo com o balanço do Atlético referente a 2022, a dívida líquida do clube é de R$ 1,57 bilhão. A expectativa dos dirigentes é de que esse valor seja totalmente quitado com o investimento da SAF. Já a Arena MRV, inserida no balanço como patrimônio do Galo, tem dívida de R$ 440 milhões. O prazo final de pagamento é 2029. Ao todo, o valor da dívida do clube, incluindo o estádio particular, chega a R$ 2,011 bilhões.
Se conseguir cumprir todas as obrigações pendentes, o Atlético não precisará passar por um processo de Recuperação Judicial (RJ) ou Regime Centralizado de Execuções (RCE). O clube acredita que ainda terá importante valor em um fundo de reserva para investimentos futuros.
Se confirmar a venda das ações da SAF por R$ 1,8 bilhão, o Atlético terá realizado a maior operação entre os clubes brasileiros até aqui. O valor supera a soma do que foi embolsado pelas equipes da Série A que passaram pelo processo de transformação.
Da redação com Itatiaia