O Democrata de Sete Lagoas está com sua vaga confirmada na quarta divisão do futebol nacional, após decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) José Perdiz de Jesus, proferida na tarde desta quinta-feira (4). O defensor do Jacaré no tapetão, o advogado Lucas Ottoni, apontou ‘desrespeito’ por parte do Santa Cruz em seu pedido para tomar a vaga do clube.
O representante do Democrata, antes de sua explanação, pediu a leitura do despacho onde confirma a permanência do clube, rechaçando a tese da Cobra Coral de que o Jacaré não teria critério técnico para ficar com a vaga, por conta do rebaixamento em 2023 no Módulo I do Campeonato Mineiro. Ottoni aponta que, no regulamento do Mineiro, que apura os classificados para a Série D do Campeonato Brasileiro, não possui restrição para aqueles que tenham caído de divisão, jogando por terra o quesito de falta de critério técnico. “O Santa Cruz tenta inovar o que diz o regulamento. O significado de ‘clubes melhores colocados’ não é o mesmo de ‘clubes não rebaixados’”, afirma.
Neste apontamento, o advogado ainda aponta que as normas descritas no regulamento do Campeonato Mineiro são do ano de 2022, então, não podendo ser aplicado o Regulamento Geral de Competições (RGC) de 2023.
Desrespeito do Santa Cruz
A peça técnica feita pelo Santa Cruz pedindo a Confederação Brasileira de Futebol para que o Democrata não fosse considerado apto para participar da Série D foi amplamente criticada pelo advogado do Jacaré. De acordo com Lucas Ottoni, há um desdém, citando argumentos utilizados pela Cobra Coral, que dizem que o Democrata foi ‘premiado’ com a vaga apesar de ficar 14 “longínquos anos” fora da competição principal e que “não há clamor popular” pela participação do clube na competição, nem capacidade financeira de Sete Lagoas para apoiar o Democrata.
“Os senhores [representantes do STJD e advogados do Santa Cruz] estão convidados a conhecer a Arena do Jacaré, que está em condições muito melhores que o Mundão do Arruda [estádio da Cobra Coral] e acompanhar a partida contra o Nova Iguaçu”, diz o advogado do Jacaré. “Sete Lagoas é uma cidade rica, próspera e de gente trabalhadora, com três grandes empresas e com uma torcida apaixonada”, completa.
“O menino mimado tá querendo entrar em uma festa que não foi convidado”.
No fim, Lucas Ottoni aponta que o Santa Cruz cometeu uma bobagem e desrespeito com a peça técnica.
Sem elenco
Lembrando que com a possibilidade de não disputar a quarta divisão este ano, o Santa Cruz tomou medidas para se preparar para uma eventual volta em 2025, liberando grande parte de seu elenco, incluindo o técnico Itamar Schülle e o gerente Francisco Sales, que foram emprestados ao Retrô. Diante dessa situação, a Cobra Coral se veria diante do desafio urgente de montar um novo time, pois muitos jogadores, além do treinador e do gerente, já estariam comprometidos com outras equipes pelo restante da temporada.
Decisão
O caso entre Democrata x Santa Cruz foi decidido pelo STJD após o clube pernambucano procurar a CBF para retirar a vaga do Jacaré – e ser rechaçado pelo tapetão, apontado que a vaga onde os clubes entram na Série D pertencem as federações: Minas Gerais tem quatro vagas, e Pernambuco, duas. A Cobra Coral, no ano de 2023, ficou em sexto lugar no campeonato local, não conseguindo apurar sua participação.
Filipe Felizardo e Djhéssica Monteiro