O combate à poluição das águas por esgoto doméstico em uma região onde 70% da população mora nas cidades foi apontado como o principal desafio ambiental da bacia do Rio Doce. O dado foi apresentado, nesta segunda-feira (24), em Ponte Nova, durante a reunião pública do Plano Integrado da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, que está sendo elaborado em conjunto pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (Iema) e Agência Nacional de Águas (ANA), com o apoio dos Comitês de Bacia Hidrográfica.
O engenheiro do consórcio Ecoplan/Lume, Alexandre Carvalho, responsável pela elaboração do Plano, informou que dos 230 municípios da bacia, em Minas Gerais e Espírito Santo, apenas dezenove tratam seus efluentes. “Os impactos nas águas pelo lançamento de esgotos sanitários foram refletidos na detecção de mais de 60% das contagens de coliformes termotolerantes (fecais) acima do limite legal”, constatou.
Outro desafio para a gestão das águas na bacia é conter o desmatamento generalizado e o mau uso do solo que têm provocado um intenso processo de erosão e assoreamento dos cursos de água. Segundo Alexandre, as regiões das nascentes das bacias do Santo Antônio e Piracicaba, em Minas Gerais, e da bacia do Gandu, no Espírito Santo, são as áreas que mais apresentam problemas relacionados com sedimento na bacia.
AGÊNCIA MINAS