Em época de preços pouco remuneradores para o cafeicultor é fundamental que o produtor racionalize o uso de insumos sem diminuir o nível tecnológico. Desta forma, as lavouras estarão preparadas para o período em que os preços estiverem mais compensadores, como em 1986, quando os preços do café atingiram uma das menores cotações (US$ 42) e, que rapidamente, evoluiu de maneira surpreendente para US$ 356, com o dólar na época muito valorizado em relação ao real.

Estas são as duas principais recomendações dos pesquisadores da Epamig, Júlio César de Souza, Rogério Antônio Silva, Vicente Luiz de Carvalho e Rodrigo Luz da Cunha. Eles alertam sobre a relação direta entre o uso de novas tecnologias e a permanência no competitivo mercado nacional e mundial.
Em solos pobres, como os da região do Cerrado, não deve haver redução do uso de adubos e corretivos. Caso contrário, levará a lavoura ao definhamento irreversível. Uma alternativa, para solos pobres, é mudar do plantio convencional para o orgânico, pois nessas regiões as pragas (cigarras, bicho-mineiro, cochonilhas, entre outras) se manifestam de forma explosiva, além das doenças limitantes como cercosporiose, ferrugem e phoma. A substituição de variedades consagradas de café, mais suscetíveis à ferrugem, por variedades mais resistentes a esta doença deve ser feita aos poucos.
Todas essas recomendações estão contidas na Circular Técnica nº 43 – Cafeicultor: jamais restrinja o uso de tecnologia nas lavouras de café visando reduzir despesas – da Epamig e pode ser acessada no site da empresa (www.epamig.br). O texto orienta como gerenciar as lavouras, racionalizar gastos e reduzir custos, sem abrir mão do padrão de qualidade nos processos de pré e pós-colheita. Uma sugestão feita pelos pesquisadores é a diversificação da propriedade com outras culturas rentáveis, como milho, por exemplo, que hoje é uma realidade em termos de lucro para o produtor, seja para a produção de grão ou no preparo de silagem.
AGÊNCIA MINAS