Parece uma simples atividade física para preencher o tempo ocioso do encarceramento. Mas a bicicleta adaptada colabora com o meio ambiente, ajuda na ressocialização e acelera a busca pela liberdade. No presídio de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, a geração de energia limpa é movida a pedaladas. Enquanto o preso pedala, o esforço é transformado em eletricidade. O sistema é simples. Um alternador, instalado no pedal, armazena a força em uma bateria de carro. A energia é suficiente para iluminar cinco postes de uma praça pública da cidade por 12 horas.
A cada três dias trabalhados, um é diminuído no cumprimento da sentença. Seis presos, divididos em dois grupos participam do projeto. A cada dia as equipes revezam o trabalho que dura seis horas. O primeiro requisito para ingressar no programa, inédito no Brasil, é ter um bom comportamento. Os detentos também passam por uma avaliação médica, já que a atividade requer preparo físico. Em seguida, um acordo é firmado entre a direção da unidade prisional e a Justiça local.
Cumprindo pena desde 2010 por associação ao tráfico de drogas, Anderson Barroso da Silva, de 20 anos, é um dos participantes. Ele, que já foi de bicicleta de Santa Rita do Sapucaí até Aparecida do Norte (SP), percorreu cerca de 200 quilômetros, conta que o interesse surgiu logo após o projeto ser apresentado aos detentos. O preso afirma que é uma oportunidade de diminuir apena além de fazer algo bom em troca.
De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), a iniciativa, devido ao baixo custo e sustentabilidade, deve ser estendida a outras unidades. Porém, não há datas definidas.
Da Redação, com informações de Hoje em Dia