Emater-MG acompanha o plantio direto de hortaliças. O sistema de plantio direto, que reduz o revolvimento do solo, o que impede processos danosos como a erosão, oferece vários benefícios para o produtor rural e é hoje uma tecnologia bastante utilizada em grandes culturas como o milho e a soja. Mas embora tenha sido introduzida no Brasil há mais de 30 anos, o uso da técnica ainda é novo no cultivo de hortaliças. Atualmente, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) em parceria com o Centro Nacional de Pesquisa de Hortaliças (CNPH), da Embrapa Hortaliças, está criando unidades demonstrativas do sistema em Sarzedo e Mário Campos, municípios do Cinturão Verde da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Entre as diversas vantagens do plantio direto na produção de hortaliças está a redução de doenças e pragas, males que comprometem a produtividade de muitas propriedades na RMBH.
Nas duas unidades demonstrativas implantadas, foi utilizado o milheto, forrageira de clima tropical, muito utilizada na cobertura do solo e na alimentação de gado. A planta, que foi semeada no final de novembro, passou por um controle com herbicida e agora a palhada está recebendo as mudas de hortaliças. “A palhada vai servir como um ponto de rotação de culturas. Isso quebra o ciclo de proliferação de doenças do solo e fungos”, explica o coordenador técnico de Olericultura da Emater-MG, Georgeton Silveira.
De acordo com o engenheiro agrônomo, o plantio direto ainda não é comum na produção de hortaliças, pois são plantas de crescimento rápido e por isso cultivadas de forma intensiva. Mas na opinião de Georgeton, o método deve se popularizar no setor, uma vez que os resultados obtidos são bem significativos.
O agricultor Carlos Alberto Damasceno, de Sarzedo, abriga uma unidade demonstrativa em sua propriedade desde o ano passado e aprovou a experiência. “Com o plantio direto, eu não faço a capina, reduzindo a mão-de-obra. Também diminuí a molhação e o gasto de energia. Outro fator importante é o combate a erosão, pois estou plantando num terreno com descida acentuada e o plantio do capim segura a água”, afirma Damasceno. O produtor conta ainda, que o brócoli não enrugou como vinha acontecendo em razão do ataque de nematóides (vermes que vivem no solo) e a sua colheita foi prolongada em um mês. O coordenador da Emater-MG explica que a razão para esse período maior de safra se deve ao fato da palhada reduzir a variação térmica, favorecendo a atividade biológica.
AGÊNCIA MINAS