Os alimentos mais freqüentemente envolvidos nos casos de surtos de intoxicação são as refeições prontas, os sanduíches com maionese e o leite, responsáveis por 30% dos surtos. Segundo a chefe do Serviço de Microbiologia de Produtos da Funed, Maria Crisolita Cabral, os alimentos de origem animal e vegetal, quando contaminados, podem propagar um grande número de microrganismos patogênicos e suas toxinas. “Se ingeridos, propiciam o desencadeamento de uma série de sinais e sintomas, condição denominada toxinfecção. Alguns microrganismos patogênicos veiculados pelos alimentos podem contribuir até para o aparecimento de enfermidades crônicas, como doenças renais”, afirma a farmacêutica.
As doenças alimentares são dividas em duas categorias: as intoxicações e as infecções, que podem ser provocadas por vários grupos de microrganismos, como bactérias, bolores, protozoários e vírus. A Funed tem papel importante no esclarecimento desses casos, com as análises dos alimentos e também das amostras clínicas (fezes, soro e vômitos), que são recolhidas pelos serviços de Vigilância Epidemiológica e Vigilância Sanitária estadual e municipais.
Nos últimos anos, a maioria dos surtos ocorreu em residências e lanchonetes, em função de falhas em algumas etapas de processamento, distribuição, armazenamento, comercialização e preparo de alimentos, resultando em surtos de grandes proporções. Para Maria Crisolita, “a prevenção ainda é a melhor medida, como higienização e conservação dos alimentos em temperaturas adequadas, tendo maior atenção com produtos à base de ovos e carnes, que podem favorecer a multiplicação de microrganismos patogênicos”.
AGÊNCIA MINAS