Luiz Henrique Romão, o Macarrão, afirmou durante depoimento na madrugada desta quinta-feira (22) que o goleiro Bruno Fernandes mandou ele levar Eliza Samudio para ser morta. Na quinta-feira, dia que teria ocorrido o crime, Macarrão chegou ao sítio e percebeu que o telefone dele tocava várias vezes. A maioria das ligações era para Bruno. O jogador atendeu e Luiz Henrique notou que Bruno estava com uma aparência estranha.
No telefone, o goleiro falou que era para levar Eliza para a porta da Toca da Raposa, na região da Pampulha, pois uma pessoa esperava por ela. Antes disso, ele conversou com Bruno e disse: “Deixa essa menina em paz. Cleiton já foi preso, Jorjão já foi preso, e eu não quero ser mais um dentro do sistema, pois eu não sou bandido”.
“Deixa comigo, você é um bundão, eu sei o que estou fazendo”, disse o jogador para o seu braço-direito. No plenário, Macarrão pediu desculpa para a mãe de Eliza, que já havia deixado o local. “A corda sempre arrebenta para o lado do mais fraco. Sua família vai achar que sou eu. Eu vou como seu funcionário, mas sei que você ia acabar com sua carreira”, relatou Macarrão. “Eu não sabia o que estava acontecendo, mas pressentia que ela ia ser morta”, disse durante o depoimento.
Palio preto – Bruno chamou Eliza e afirmou que Luiz Henrique e Jorge iam leva-lá para um apartamento. Segundo Macarrão, Eliza desceu do carro voluntariamente e foi deixada perto de um Palio preto. “Ela desceu e eu já arranquei, quase bati o carro no poste”. Jorge também ficou no veículo. “Eu estava preocupado e Jorge tranquilo”.
Macarrão disse ainda que acredita que a pessoa que conversou com o jogador ao telefone antes de Eliza ser levada para ser morta pode ser a que recebeu a jovem na porta da Toca da Raposa.
Após saber que Eliza tinha sido entregue aos seus executores, Bruno disse: “Tá tranquilo!”. “Depois do crime passei a vegetar, eu não tinha costume de ligar para minha mãe e passei a ligar todos os dias. Eu estava mal. A Dayanne não gostava de mim. Eu não era uma pessoa bem vista, eu era o carrasco”, conta Macarrão. Ao dizer que não aguentava mais esconder o crime, Macarrão chorou. “Nunca fui esse monstro que todo mundo fala”. “Temo pela minha vida”, desabafou.
Da redação com informações de O Tempo