A Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) encerrou em janeiro o projeto “Desenvolvimento e implementação de tecnologias para restauração de áreas degradadas utilizando rejeitos da mineração de ardósia, visando diminuição de seus impactos ambientais”.
A pesquisadora do Setor de Recursos da Terra (SAT), Valéria Lúcia de Oliveira Freitas, coordenadora do projeto e responsável pela restauração das áreas degradadas no município de Papagaio, entregou à Fapemig relatório de conclusão dos trabalhos. Nesse relatório, ela coloca como foi o desenvolvimento dos trabalhos e as ações tomadas durante a sua execução.
A restauração é parte do projeto do governo “Programa de Desenvolvimento Tecnológico Integrado Mínero-Ambiental para a região Produtora de Ardósia no Estado de Minas Gerais” e vem sendo realizada desde 2000 na cidade de Papagaio. Na etapa mais recente do projeto, incentivos no valor de R$ 114 mil foram fornecidos pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
O Cetec trabalha atualmente com a possível utilização do resíduo fino de ardósia como insumo agrícola. Desde 2003, o pó de ardósia tem sido usado no processo de restauração nas pilhas de rejeito das áreas extratoras de ardósia com sucesso, favorecendo o crescimento das espécies vegetais nativas. A próxima proposta é a realização de testes in loco em culturas de milho, feijão e eucalipto. O SAT já encaminhou nova solicitação à Fapemig para continuidade do trabalho e aguarda aprovação.
De acordo com a pesquisadora, uma outra vantagem da metodologia desenvolvida para a restauração das áreas degradadas em Papagaio é o fato dela poder ser usada também no cerrado, em condições de falta de solo e estresse hídrico (pouca água disponível para as plantas).
Valéria ressalta que as técnicas de nucleação e a transposição de solos funcionaram e elas poderão ser usadas para a restauração de outras áreas. “Recuperamos não só a vegetação, mas também a paisagem, antes formada por pilhas de rejeito da mineração de ardósia. Além disso, a fauna local também está voltando. Quem trabalha próximo à área recuperada já notou a diferença e os próprios empresários da região se interessaram. Temos outras duas empresas que se tornaram nossas parceiras além da Micapel”. A Micapel já está utilizando as técnicas testadas nesse projeto em outras áreas degradadas, para o processo de restauração ecológica.
AGÊNCIA MINAS