Um investimento de R$ 400 milhões para a implantação de uma fábrica de vidros no município de Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas, está ameaçado pela incapacidade da cidade de fornecer à indústria gás natural – fundamental na fabricação de vidro. A construção de 70 km de gasoduto, que levaria o gás de Sete Lagoas até o distrito industrial da cidade, foi a principal demanda apresentada pelos industriais da região ao secretário extraordinário para Coordenação de Investimentos de Minas Gerais, Fuad Noman, que participou de evento promovido pela Fiemg, esta semana.
O principal entrave para essa obra é a viabilidade econômica. A Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) – única capaz de atender a demanda – precisa ter garantias de que haverá consumo suficiente para sustentar o aporte financeiro. Ex-presidente da Gasmig, Noman disse que, para construir esse gasoduto, o investimento necessário seria de US$ 110 milhões. Já o consumo mínimo para suprir esse aporte seria de 200 mil m³ de gás por dia. De acordo com o estudo mais recente da Gasmig, o potencial da região é de até 80 mil m³.
Nenhuma das hipóteses levantadas para ancorar o consumo de gás na região vingou. A primeira seria uma planta de pelotização da Usiminas em Itaúna, mas, em razão da crise siderúrgica mundial, a Usiminas está com investimentos paralisados. A segunda era a transformação da usina térmica da Cemig, em Igarapé, em usina de gás. Além do alto custo para essa conversão, a usina tem pendências com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Uma terceira alternativa seria o “gasoduto virtual”: é criada apenas a rede secundária de abastecimento, que leva o gás de porta a porta, e o insumo é levado de caminhão e armazenado em um depósito, na forma de gás comprimido ou liquefeito.
Na próxima semana, a Gasmig deve voltar a avaliar qual seria o melhor modelo de abastecimento para a cidade, a fim de evitar que a fábrica de vidros, que tem previsão de gerar 350 empregos diretos, cancele o investimento.
Com iformações de O Tempo