Uma atendente de uma farmácia em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas Gerais, receberá uma indenização de R$ 5 mil após ser orientada pela gerente a prender os cabelos estilo black power “numa redinha para não assustar os clientes”. A Quinta Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) considerou essa conduta discriminatória e racista, resultando em danos morais para a trabalhadora.
De acordo com os relatos, a gerente fez o comentário ofensivo mesmo após a comunicação do ocorrido ao departamento de Recursos Humanos, por meio do canal ético da empresa. Uma testemunha afirmou que a discriminação cessava apenas quando a atendente mudava seu penteado, mesmo que não estivesse com os cabelos soltos no estilo black power ou trançados.
“Aqui, pouco importa que o uso de cabelos presos fosse uma norma da empresa, uma vez que não foi esse o motivo apresentado à autora, mas a degradante alegação de que ela iria ‘assustar’ os clientes. Tal alegação, além de ofensiva e discriminatória, tem cunho nitidamente racista, não podendo ser respaldada pela Justiça do Trabalho”, destacou a relatora do caso.
A empresa tentou reduzir o valor da indenização através de recurso, mas não obteve êxito. O processo foi encerrado com a decisão favorável à trabalhadora, reforçando a responsabilidade da empresa em reparar os danos causados pela conduta discriminatória de sua gerente.
Esta decisão enfatiza a importância da conscientização e combate às práticas discriminatórias nos ambientes de trabalho, promovendo o respeito à diversidade e aos direitos humanos.
Da Redação com Por Dentro de Tudo