Um salário de R$ 32 mil e um cargo imponente: procurador do estado na Advocacia-Geral de Minas (AGE-MG). O homem que está ocupando este posto foi flagrado agredindo uma funcionária de um cinema em Belo Horizonte, porque estaria descontente pois queria o refil de refrigerante que comprou fosse entregue dentro da sala de cinema.
Bruno Resende Rabello foi flagrado pelas câmeras de segurança do DiamondMall, um dos shoppings mais caros de Minas Gerais, esmurrando a porta do estabelecimento e exigindo a entrega da pipoca. A atendente, uma jovem de 25 anos, disse que estava chegando com o pedido de outra pessoa:
“Pedi para o meu gerente mandar o pedido dele pelo elevador e, quando fui entregar, ele puxou a bandeja da minha mão, falando que queria o refil na sala de cinema. Eu tentei explicar que a gente não faz o refil dentro da sala, que a pessoa vai na recepção para repor, e ele continuou a gritar, falando que eu era obrigada e que iria me filmar“, contou a funcionária em entrevista ao G1.
Ela disse que foi seguida pelo homem na recepção. Imagens registradas pelo circuito de segurança mostram o cliente gesticulando, filmando a mulher com o celular e, em determinado momento, tentando agredi-la. Ele ainda a teria chamado de incompetente. “Ele estava a todo momento gritando, muito exaltado, querendo de qualquer jeito ir para cima de mim. Eu me senti muito ameaçada”, contou a vítima.
Bruno Resende Rabello fugiu logo após o gerente do cinema chamar a Polícia Militar. Seu CPF estava presente na nota da compra do produto. O homem atua na Procuradoria de Direitos Difusos, Obrigações e Patrimônio de Minas Gerais
Notas
Em nota ao G1, a Polícia Civil afirmou que o crime de vias de fato/agressão depende de representação criminal para a instauração de inquérito policial e orientou que a vítima comparecesse à delegacia.
O DiamondMall afirmou que o fato ocorreu dentro das dependências do cinema e que, assim que foi acionado, “acompanhou o caso e prestou o apoio necessário”. O shopping ainda “lamentou profundamente o ocorrido” e disse que “repudia qualquer caso de violência”.
A Cinemark lamentou o ocorrido e disse que “está prestando todo o apoio à colaboradora”. Afirmou também que “está colaborando com as investigações, cedendo as imagens de segurança e à disposição das autoridades”.
A AGE-MG disse que “não compactua com eventuais desvios de condutas de quaisquer de seus integrantes, ainda que fora de suas atribuições institucionais, preservado o direito ao contraditório e a ampla defesa”.
Com G1