A Polícia Civil identificou e fez a prisão preventiva nesta quinta-feira (21) do pintor, de 44 anos, que ‘chicoteou’ uma pessoa negra, com um cinto, em Itaúna, na região Centro-Oeste de Minas Gerais. O vídeo que mostrava o crime viralizou em grupos da cidade nessa quarta (20), feriado da Consciência Negra.
Segundo a corporação, a o pedido foi prontamente deferido pelo Poder Judiciário e está sendo cumprida neste momento pelos militares. Detalhes serão repassados em instantes pelo órgão em entrevista coletiva.
O caso
Um vídeo divulgado pelas redes sociais mostra o agressor ‘chicoteando’ a vítima, que é um homem em situação de rua conhecido como Djalma. “Dez reais e ele vai deixar eu dar duas lapadas”, diz o suspeito. Antes de iniciar a sessão de ‘chicoteamento’, o homem pergunta: “está gravando?”. Em seguida, ele dá três golpes na vítima com o cinto, se aproxima, e desfere uma última “chicotada”, com ainda mais força. Após a agressão, o homem entrega uma nota de R$ 10 a Djalma.
O agressor identificado como Rawfy Vilaça disse para o portal BHAZ que o caso aconteceu há cerca de 15 dias e que, na avaliação dele, tudo “não passou de uma brincadeira”. “Depois, o Djalma voltou e continuar bebendo com a gente”, declarou ao pedir desculpas pelo ocorrido.
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As cenas chocaram moradores da cidade, que se mobilizam numa campanha de apoio à vítima. “Itaúna gosta do Djalma. Justiça!”, escreveu uma internauta.
“É inaceitável que, em plena luz do dia, em uma cidade como Itaúna, uma pessoa negra, moradora de rua e dependente química seja vítima de agressão física. Nada justifica um ato tão cruel e desumano. É lamentável perceber que, em pleno século 21, muitas pessoas ainda não compreendem a gravidade do racismo e perpetuam essa violência. Ainda mais revoltante é o fato de que alguém tenha registrado essa agressão em vídeo e divulgado nas redes sociais, como se fosse algo digno de aplausos ou curtidas. Esse tipo de comportamento é deplorável e deve ser condenado por toda a sociedade”, escreveu um homem.
Na gravação, o agressor cita o nome de um bar da cidade. O gerente disse não ter informações sobre o ocorrido e afirmou que não ia comentar o caso. A Polícia Militar informou que tomou conhecimento da gravação, mas não identificou boletim de ocorrência sobre o caso.
com BHAZ