A possibilidade de infecção por febre amarela em macacos no Norte de Minas ampliou a atenção para a circulação do vírus no estado. Sete primatas foram encontrados mortos na zona rural de Coração de Jesus e São João do Pacuí, com as vísceras encaminhadas para análise laboratorial pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, no fim de dezembro de 2024.
Na última quarta-feira (8/1), foi confirmado o primeiro caso de febre amarela em humanos em Minas Gerais em 2025. O paciente, um homem de 65 anos, residente de Camanducaia, no Sul de Minas, está internado em São Paulo para tratamento de linfoma, mas não corre risco de morte. Ele possivelmente foi contaminado em um sítio na região de Itapeva, classificada como área de epizootia devido ao surto da doença em primatas.
Histórico recente da febre amarela em Minas Gerais
A febre amarela voltou a chamar atenção em Minas Gerais nos últimos anos, principalmente durante as epidemias de 2016 a 2018, que resultaram em 1.006 casos confirmados e 340 mortes no estado. Desde então, o número de casos humanos caiu significativamente, mas a circulação do vírus persiste.
Entre 2014 e 2023, o Brasil registrou 2.304 casos de febre amarela em humanos, com 790 óbitos. Minas Gerais teve uma morte confirmada em 2024, no município de Monte Sião, na região Sul.
Alerta e vacinação
A febre amarela é uma doença sazonal, com maior incidência entre dezembro e maio, devido às condições climáticas favoráveis à proliferação dos mosquitos vetores Haemagogus e Sabethes. Macacos, apesar de não transmitirem a doença para humanos, são importantes sentinelas que indicam a circulação do vírus.
Diante da confirmação de epizootias, as autoridades intensificaram a campanha de vacinação. Em Camanducaia, a prefeitura informou que a imunização já está sendo ampliada para aqueles que ainda não foram vacinados.
No Brasil, o ciclo da febre amarela atualmente é silvestre. Não há registro de transmissão urbana (pelo Aedes aegypti) desde 1942.
Situação atual e investigação
Até agora, os resultados dos exames das vísceras dos macacos encontrados no Norte de Minas ainda não foram divulgados pela Funed, que segue a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Em 2024, o Ministério da Saúde confirmou sete casos de febre amarela em macacos no Brasil, mas os dados específicos para Minas Gerais não foram detalhados.
O monitoramento e a intensificação da vacinação são essenciais para evitar surtos como os vividos no passado, protegendo tanto humanos quanto os primatas, que desempenham um papel crucial na detecção precoce da circulação do vírus.
Da Redação com Estado de Minas