Minas Gerais confirmou as duas primeiras mortes por dengue neste início de 2025. Além disso, três óbitos seguem em investigação, enquanto o estado já acumula 4.331 casos suspeitos da doença apenas na primeira quinzena do ano. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (15) pelo Ministério da Saúde, através do painel de monitoramento de arboviroses.
Contudo, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou, em nota oficial, que não há óbitos confirmados no estado até o momento. Segundo o último boletim epidemiológico, divulgado na segunda-feira (13), apenas um óbito está sob investigação e 536 casos de dengue foram confirmados desde o início do ano.
Até o momento, as autoridades de saúde não divulgaram as cidades específicas de Minas Gerais onde ocorreram as duas mortes por dengue confirmadas em 2025.
Recordes alarmantes de dengue no Brasil
O cenário da dengue em Minas Gerais reflete uma crise nacional. Em 2024, o Brasil atingiu números inéditos, com 6,6 milhões de casos confirmados e 6 mil mortes. Minas Gerais também enfrentou um recorde histórico no ano passado, com 1.132 óbitos, superando em quase cinco vezes o total registrado em 2023, quando foram contabilizadas 230 mortes.
Diante da gravidade, o Ministério da Saúde criou o Centro de Operações de Emergência (COE) para Dengue e outras Arboviroses e implementou um Plano de Contingência Nacional voltado para dengue, chikungunya e zika.
Prevenção depende de mobilização coletiva
Especialistas reforçam que a redução dos casos de dengue exige um esforço conjunto entre o poder público e a população. O infectologista e epidemiologista Estevão Urbano ressalta a importância da conscientização:
“Se as pessoas não se conscientizarem, não tem como diminuir os focos da doença. As ações do serviço público precisam estar alinhadas à mobilização da sociedade para que medidas preventivas sejam efetivas.”
No podcast Gerais no G1, em novembro de 2024, Urbano alertou sobre o risco de uma nova onda da doença e destacou o papel crucial das medidas preventivas, como o combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Vacina contra dengue é adquirida pelo Ministério da Saúde
Para reforçar o combate à dengue, o Ministério da Saúde adquiriu 9,5 milhões de doses da vacina Qdenga, desenvolvida pela farmacêutica Takeda. Embora o imunizante seja um recurso importante no enfrentamento à doença, ainda não está amplamente disponível pelo SUS devido à baixa oferta mundial.
A vacina, no entanto, não substitui as medidas de prevenção tradicionais, como a eliminação de recipientes que acumulam água parada, essenciais para reduzir a proliferação do mosquito transmissor.
Alerta para o futuro
O aumento expressivo de casos e óbitos nos últimos anos evidencia a urgência de ações efetivas e contínuas no combate à dengue. A integração entre poder público, especialistas e sociedade será fundamental para controlar a propagação do vírus e evitar que a dengue continue batendo recordes alarmantes no Brasil.
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Da Redação com G1