O congresso será destinado a produtores florestais, empresas e técnicos que atuam na área florestal e em tecnologia de conversão de biomassa em energia. Também são esperados gestores de empresas com programas de diversificação no uso da madeira, prestadores de serviço, pesquisadores, professores e estudantes que atuem ou tenham interesse na cadeia produtiva da madeira.
De acordo com o coordenador do Programa de Energia da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), Marcelo Franco, o congresso reunirá as Secretarias de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e Desenvolvimento Econômico (Sede). “Animais, agricultura e floresta plantada podem e devem ser explorados harmonicamente”, explica Franco ao ressaltar a importância da compreensão de que as florestas são parte integrante do agronegócio.
Minas Gerais se destaca na liderança das florestas plantadas no Brasil com 1,2 milhão de hectares, sendo responsável por 23,2% da produção nacional. O número de empregos diretos e indiretos chega a 700 mil nas áreas de plantio, celulose, siderurgia e geração de energia. Entretanto, os especialistas acreditam no potencial do Estado para ampliar significativamente os números atuais.
Em 2007, foram plantados 160 mil hectares de eucalipto, mas seriam necessários 250 mil hectares para se atingir a auto-suficiência. Para o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana, é fundamental o incentivo ao setor, pois um hectare de floresta plantada equivale a cerca de 10 hectares de floresta nativa. Ele assegura que o plantio com técnica gera melhor aproveitamento da floresta plantada e diminui a pressão sobre a mata nativa.
No que se refere à legislação, Marcelo Franco admite que a sua aplicação dificulta o diálogo, impedindo que o segmento de florestas plantadas fique mais forte. Ele explica que é preciso estimular os produtores rurais para o plantio e para a diversificação. Ele tem uma expectativa positiva em relação ao congresso, uma vez que o respaldo para sua realização tem sido bom.
Segundo a coordenadora do Pólo de Excelência em Florestas, da Sectes, Ana Paula Silva, existe uma necessidade urgente de mudança na composição da matriz energética e de estabelecer um novo paradigma de crescimento mundial. Ela lembra que não há mais como o Brasil postergar uma atitude firme relacionada à liderança mundial na produção de energia renovável, baseada na biomassa florestal.
De acordo com dados da Câmara Técnica de Desenvolvimento Florestal com base em levantamento do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Associação Mineira de Silvicultura (AMS), o carvão vegetal responde por 21,9% das fontes energéticas renováveis no Brasil. Em Minas, o carvão vegetal e lenha participam com 33%, seguido de petróleo e gás natural, energia hidráulica, carvão mineral e derivados e outras fontes. De toda a área com cobertura vegetal do Estado, de 58,8 milhões de hectares, 1,2 milhão hectares ou 1,9% são de florestas plantadas. Desse percentual, cerca de 80% são destinados à produção de carvão vegetal.
As inscrições para o 1º Congresso Brasileiro de Florestas Energéticas estão abertas e podem ser feitas pelo site www.florestasenergeticas.com.br