As chuvas que caíram sobre o estado nos últimos dias deixaram 51 cidades de Minas Gerais em situação de emergência. De acordo com o boletim da Defesa Civil Estadual, divulgado nessa sexta-feira, 27, o total de municípios afetados pelas tempestades chegou a 83 e a região mais atingida foi o Leste do Estado.
Até o momento, há registro de 6.959 desalojados, 2.460 desabrigados, um desaparecido e 60 feridos. Ao todo, foram confirmadas 21 mortes causadas pela chuva em Minas Gerais. Segundo a Defesa Civil, 7.099 casas foram danificadas e 116 ficaram completamente destruídas.
O número de mortos no Estado devido à chuva pode aumentar. A Defesa Civil ainda não contabilizou a morte de um homem, de 29 anos, que se afogou em um rio de São João do Manteninha, no Vale do Rio Doce.
Nessa sexta-feira o governador Antonio Anastasia acompanhou a presidente da República, Dilma Rousseff, no sobrevoo pelas áreas mineiras que mais sofreram estragos em virtude das águas. Após registrar 18 mortes e quase 10 mil pessoas fora de suas casas, Minas acumula diversos prejuízos em consequência das fortes chuvas.
O sobrevoo aconteceu, principalmente, sobre a cidade de Virgolândia, que foi atingida nessa quinta-feira por uma tromba d’água, que deixou parte da cidade destruída.
O governador anunciou que o Governo de Minas dará total apoio ao governo federal no cadastro de municípios mineiros que necessitarão de recursos emergenciais, via Cartão de Pagamento da Defesa Civil. Os recursos vão para os municípios para o primeiro esforço de limpeza, recuperação, compra de mantimentos, compra de água potável e contratação de caminhões.
“Determinei à Defesa Civil do Estado que instale uma unidade em Governador Valadares, juntamente com as prefeituras, órgãos federais, para que os municípios que ainda não tenham façam o cartão. O Estado vai ajudar para que os municípios façam o cadastramento. No segundo momento, passada essa emergência, vamos identificar, junto às prefeituras, quais são as necessidades em termos de reconstrução e levar os projetos ao governo federal, como pontes, asfaltamento, ruas, habitação”, explicou Anastasia.
A presidente Dilma Rousseff lembrou que as ações de proteção à população em situação de urgência e emergência se dão em três níveis: o atendimento imediato, com resgate de pessoas para evitar mortes, a reconstrução e a prevenção. “Com as experiências passadas, nós descobrimos que, na urgência e na emergência, não dá para ficar liberando (recursos) através de todos os processos burocráticos. Não dá certo. Então, criamos o cartão de desastres que, assim que a prefeitura decreta Estado de Calamidade ou de Emergência, ela recebe esse cartão e ela pode fazer pequenos gastos, como arrumar pontes que isolam bairros. Enfim, ela pode tomar medidas, como providenciar água, contratar limpeza de rua, fazer as coisas fundamentais. E esse cartão nós utilizamos para superar justamente a questão da burocracia”, afirmou a presidente, lembrando ser esse processo controlado eletronicamente, como se faz com cartões de crédito.
A Defesa Civil Estadual está coordenando o trabalho de apoio à população atingida desde o início do período chuvoso. Estão sendo distribuídos materiais, como colchões, camas, água potável, cestas básicas. A Cedec trabalha ainda fazendo a integração dos diversos órgãos estaduais envolvidos na ação para minimizar os estragos causados pelas águas.
Com informações de Agência Minas e O Tempo