O fim de ano de 2013 foi mais trágico nas estradas federais de Minas Gerais do que o mesmo período de 2012. De acordo com balanço da Polícia Rodoviária Federal, PRF, 63 pessoas morreram em 1.101 acidentes entre os dias 21 de dezembro e 2 de janeiro. Na mesma temporada do ano anterior, foram registradas 56 mortes em 1.087 batidas.
O acidente mais grave, que inflou o número de mortes no fim de ano, foi a tragédia com oito vítimas na BR-040, em Lagoa Grande, na Região Noroeste de Minas Gerais. Dois carros de passeio e uma moto se envolveram em uma batida e os três pegaram fogo. As oito pessoas que estavam nos veículos morreram. Segundo a PRF, os carros ficaram destruídos, o que torna difícil precisar como ocorreu o acidente, mas há indícios de que o Siena que seguia no sentido Belo Horizonte invadiu a contramão, acertando o Palio e a motocicleta que iam para o Distrito Federal.
Quatro pessoas da mesma família estavam no Palio que seguia de Salinas, no Norte do estado, para Brasília. Quem dirigia o veículo era o pastor evangélico e eletricista Evaldo Corrêa Durães, 39, que morreu junto com a mulher, Sandra dos Santos Silva, 36, funcionária do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Distrito Federal, o filho Matheus Corrêa dos Santos Silva Durães, 10, e a filha Nicolle Corrêa dos Santos Silva Durães, 6. A garota chegou a ser levada por um fazendeiro para o hospital de João Pinheiro (Noroeste), mas não resistiu às lesões. Os quatro moravam no Gama, cidade satélite de Brasília.
O outro veículo acidentado é um Siena, onde estavam Daniela Pereira Dias Pacheco, de 38 anos, sua filha Ana Luiza Dias e Silva, 8, e a babá da criança, Josiane Dias da Silva, 20. Daniela tinha saído de Formosa (GO), onde trabalhava no departamento financeiro de uma revendedora de tratores há 19 anos, para Patos de Minas (Alto Paranaíba). Segundo parentes, ela havia deixado o emprego em Formosa para assumir uma vaga em uma nova empresa em Patos. Ela se juntaria ao marido, que já trabalhava na cidade há cerca de quatro meses.
A motocicleta era conduzida por Fernando Lopes de Moraes, 40 anos. Ele era analista de sistemas, natural de Araxá (Alto Paranaíba) e morador de Brasília. Ele voltava para casa depois de percorrer a Estrada Real, desde o dia 25.
Em outro acidente, no dia 30, três pessoas morreram e seis ficaram feridas em uma batida envolvendo uma ambulância e um carro na MG-402 entre Brasília de Minas e São Francisco, no Norte do estado. A técnica de enfermagem Ana Clara Cardoso, 36 anos, que acompanhava os pacientes na ambulância, morreu na hora. Casada, Ana Clara deixou três filhos e muitos sonhos. Para conseguir uma renda extra, ela optou por trabalhar no transporte de pacientes em ambulâncias. O motorista do Idea, Gilmar Lopes dos Santos, 43 anos, e a filha dele, Gláucia Lopes dos Santos, 12 anos, também morreram presos às ferragens.
Com EM